ADÃO RIBEIRO
O ex-governador Beto Richa (PSDB) esteve em Paranavaí ontem, quando se reuniu com lideranças da cidade. Em visita a diversos municípios da região nos últimos dias, ele tem aproveitado as reuniões para relembrar suas obras, articular o partido e se apresentar como pré-candidato a deputado federal. Richa esteve na redação do Diário do Noroeste nesta quinta-feira (7). Sobre o passado recente, se revela decepcionado com o que considerou perseguição por parte de alguns representantes da Justiça e concorda que o momento é uma oportunidade para resgatar a imagem.
De forma tranquila, Richa abordou os episódios que o levaram a uma inesperada derrota quando pleiteou a vaga de senador nas eleições de 2018. Resumidamente, considera que foi vítima de “ativismo judicial”. Salienta que está se desvencilhando dos processos, já que não há provas mínimas de seu envolvimento com corrupção ou outras ilegalidades, mas apenas “uma delação sem fundamento”.
O tom de indignação foi maior quando lembrou a detenção da sua esposa Fernanda Richa naquele ano, “sequestrada de casa sem ter um único processo até hoje”. Durante a atuação na vida pública em Curitiba e por todo o Paraná, defende, Fernanda administrou mais de R$ 7 bilhões, sem qualquer dúvida sobre a correta destinação.
Reforça a sua ideia citando o IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – que o avaliou como prefeito que mais reduziu a pobreza e a miséria durante as gestões em Curitiba (2005/2010). Fernanda Richa coordenou a parte social.
“Foi um período terrível”, reforça ao falar da detenção do casal, citando que teve a sua candidatura ao Senado “cassada” pelo ambiente judicial estabelecido em 2018.
Partido – Na condição de líder do PSDB no Estado, Beto Richa visita os municípios e ouve lideranças. Segundo afirma, muitas dessas lideranças o queriam na disputa pelo Governo. No entanto, pondera que é momento de recomeço. Por outro lado, avalia que não é demérito pleitear uma vaga na Câmara dos Deputados. Entende que pode contribuir com a sua liderança e conhecimento do serviço público.
Ele vê o País muito dividido, independente de quem for vencedor na eleição para presidente em outubro. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro lideram as pesquisas de opinião pública.
Neste cenário, o PSDB e outros três partidos (União Brasil, Cidadania e MDB) assumiram o compromisso pela chamada terceira via, optando pelo postulante que tiver mais chances de crescimento junto ao eleitor e, quem sabe, quebrar a polarização atual. Reflete que é algo muito difícil neste momento.
O PSDB encolheu no Brasil e no Paraná. Para Richa trata-se de um movimento normal da política e que pode ser recuperado. Tanto que neste pleito o partido tem o ex-prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, como pré-candidato ao Governo.
Gestões – Quando instigado a fazer um paralelo entre suas gestões e o atual Governo, Richa prefere falar das obras e deixar o julgamento para as pessoas. Ele cita obras na região, entre elas, a duplicação da BR-376 até Paranavaí, a Reitoria da Unespar, recursos para asfalto, infraestrutura e moradia, além da pavimentação de Porto Rico ao Porto São José, entre outras. Na Saúde lembra que a Santa Casa, incluindo a Unidade Morumbi, receberam importante volume de verbas. “Atendi a todas as demandas dessa região”, afirma, complementando que visitou todos os 399 municípios paranaenses no primeiro mandato.
Reunião – O ex-governador se reuniu nesta quinta-feira com paranavaienses na Câmara de Vereadores. As lideranças que o recepcionaram falaram da atuação de Beto Richa no Governo. Estavam presentes o prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ); o vice-prefeito de São Manoel do Paraná, Santino Ferreira dos Santos; o presidente da Câmara de Paranavaí, Leônidas Fávero Neto, além de lideranças tucanas, dentre as quais, Waldur Trentini, Valdemar Delatorre e Márcia Felippe.