Renato Benvindo Frata
É de conhecimento que o comércio brasileiro, copiando o americano no evento comercial acima, reservou para toda última sexta-feira do mês de novembro a realização da Black Friday, cujo fim é o de colocando menor preço nas mercadorias, promover venda em massa que propiciará a renovação do estoque e mais dindim no caixa, especialmente para a recompra para oferta do Natal. Simples assim se assim se desse nesse cantão do mundo, mas há sempre quem estraga prazeres.
Nessa modalidade de vendas, descontos atrativos fazem com que o comprador feche os olhos a pequenos defeitos e até mesmo que o objeto tenha servido de mostruário, fatos que impediriam ou dificultariam a venda pelo preço normal. O defeito, pois, ou modelo fora de linha, que seriam empecilhos, deixam de o ser, e promove o ganha-ganha entre vendedor e comprador e vice-versa.
Conta-se que neste ano cerca de 62,5% de lojas brasileiras participaram das promoções Black Friday, mas, o que chama à atenção é o elevado número de reclamações por desagrado com a realidade diante da promoção onde muito do prometido não foi cumprido, ou de decepções com a compra, estado de conservação do bem entregue, etc., ou ainda, de fraudes perpetradas por sabichões – especialmente por meio das redes sociais – em que compradores acabaram lesados por maus comerciantes, ou por quem se passou por eles.
São muitas as causas de fraude, a começar por propagandas enganosas que levam incautos a prejuízo. Ou a simulação de desconto em que ávidos em vender, remarcam para cima os preços de seus produtos de forma que em se lhes aplicando o percentual de desconto anunciado na campanha, acabam por deixá-los no mesmo preço que vendiam antes da promoção. Um absurdo em nome do lucro fácil, e mau conceito do evento.
Institutos de proteção ao consumidor vêm promovendo orientação nesse sentido que, por ser época de grande movimentação financeira, atrai pessoas mal intencionadas que usam das facilidades tecnológicas para golpes, e os que simulam desconto sobre um preço acrescido. Verdadeiro descaminho da “Black Fraude.”
Bom seria se esses mesmos órgãos fiscalizadores pudessem atuar com mais poder investigativo e até de polícia, antes e durante o evento, para que nossa Black Friday deixasse de se contaminar com essas maracutaias verificadas. Bom seria se todos pensassem num Brasil mais escorreito em princípios e ações, especialmente quando de lida com o consumidor. Bom seria, mas sonhar é preciso. Quem sabe um dia…