LUCIANO TRINDADE
DA FOLHAPRESS
Tite não costuma se sentar no banco de reservas durante as partidas. Em geral, fica agitado e gesticulando à beira do gramado. No amistoso contra a seleção de Gana nesta sexta-feira (23), porém, o técnico do Brasil parecia mais relaxado vendo sua equipe jogar. Ele curtiu a vitória brasileira por 3 a 0.
No estádio Océane, em Le Havre, na França, o treinador armou uma equipe bem mais ofensiva do que aquela que costuma colocar em campo. Adiantando Lucas Paquetá, formou um quinteto ofensivo com o camisa 7 ao lado de Raphinha, Richarlison, Neymar e Vinicius Junior.
Com intensidade, velocidade e muitos dribles, a equipe canarinho quase não deu chances para o rival. Só no primeiro tempo, foram 13 chutes a gol contra apenas um dos ganenses, e longe da meta de Alisson.
A construção de um bom placar parecia só uma questão de tempo. Começou aos nove minutos, quando Marquinhos balançou a rede de cabeça. Depois, Richarlison marcou duas vezes, ambas com assistências de Neymar. Na primeira, aos 28, o camisa 10 serviu o companheiro com um passe rasteiro. Depois, aos 40, colocou a bola na cabeça do atacante em uma cobrança de falta.
Nos primeiros 45 minutos, foi praticamente um passeio dos brasileiros diante de um time que pode entrar no caminho do país na Copa do Mundo no Qatar, cujo início está marcado para 20 de novembro.
O Brasil está no Grupo G, com Sérvia, Suíça e Camarões. Gana está no Grupo H, junto de Portugal, Coreia do Sul e Uruguai. Portanto, como estão do mesmo lado do chaveamento, brasileiros e ganenses podem se cruzar nas oitavas de final.
O amistoso foi o penúltimo teste da equipe de Tite antes da estreia na Copa, em 24 de novembro, contra a Sérvia. O último ensaio ocorrerá na terça-feira (27), contra a Tunísia, novamente na França.
Esses são jogos, portanto, são as oportunidades derradeiras para o treinador fechar a lista de convocados. Na partida contra Gana, além de testar um time mais ofensivo, ele promoveu a estreia do zagueiro Bremer, da Juventus. O defensor entrou no intervalo, no lugar de Thiago Silva. O camisa 22 foi uma das novidades na última convocação, ao lado do também zagueiro Ibañez, da Roma.
Nos 45 minutos finais, contudo, o Brasil diminuiu a intensidade em relação à etapa inicial. Tanto que a seleção de Gana conseguiu aparecer no ataque com mais frequência e teve três finalizações.
O Brasil também teve bons momentos no ataque e criou chances de chegar ao quarto gol, mas na parte final do jogo parecia que os jogadores já estavam se poupando fisicamente.
BRASIL
Alisson; Éder Militão, Marquinhos, Thiago Silva (Bremer) e Alex Telles; Casemiro (Fabinho), Lucas Paquetá (Everton Ribeiro), Neymar, Raphinha (Rodrygo) e Vini Jr (Antony); Richarlison (Matheus Cunha). Técnico: Tite.
GANA
Joseph Wallacott; Denis Odoi (Owusu), Djiku, Daniel Amartey e Baba Rahman; Iddrisu Baba (Lamptey), Mohamed Kudus e Andre Ayew (Semenyo); Sulemana (Salisu), Afena-Gyan (Iñaki Williams) e Jordan Ayew. Técnico: Otto Addo.
Estádio: Océane, em Le Havre (França)
Árbitro: Willy Delajod (França)
Assistentes: Cyril Mugnier e Aurelien Drouet (ambos da França)
Cartões amarelos: Casemiro, Neymar e Matheus Cunha (BRA); Andre Ayew, Denis Odoi e Iddrisu Baba (GAN)
Gols: Marquinhos (BRA), aos 8′; Richarlison (BRA), aos 27′ e aos 39′ do primeiro tempo