As exportações brasileiras de fécula de mandioca têm crescido este ano, especialmente a partir do segundo semestre. O volume comercializado com o mercado externo deverá ser o maior da história, superando o recorde de exportações de 2002, quando o Brasil vendeu 24,7 mil toneladas, marca quase atingida na semana passada, antes de terminar o mês de outubro.
Os dados são da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secex) do Ministério da Economia e foram apresentados pelo economista Fabio Isaías Felipe, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), instituição ligada à USP (Universidade de São Paulo) e foram repassadas a diretores e associados da Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) durante reunião da entidade de classe. A reunião foi na última sexta-feira (29).
Segundo ele, está contribuindo para o incremento das exportações da fécula de mandioca brasileira, o fato de a Tailândia (maior exportador mundial do produto) e outros países da Ásia terem comprometido praticamente toda sua produção para a China. “Pela sua qualidade e pelo seu preço, a fécula brasileira passou a ficar mais interessante aos importadores”, explicou ele.
Segundo Felipe, há espaços para aumentar as exportações brasileiras, desde que sejam feitas as “lições de casa”, ou seja, aumentar a produção, manter preços competitivos e qualidade da fécula nacional.
Custos de produção – Com as 24,5 mil toneladas exportadas este ano – antes de fechar o mês de outubro -, as fecularias brasileiras tiveram uma receita de 15,4 milhões de dólares, superando todo o ano de 2015, quando houve a maior receita com exportação: 11,3 milhões de dólares.
Segundo os associados da ABAM, são as exportações que estão permitindo que as indústrias suportem os aumentos nos preços da raiz, que têm elevado os custos de produção.
De acordo com o economista Fábio Felipe, a elevação dos preços da raiz é consequência da menor disponibilidade da raiz e também na queda do rendimento, provocada pelas condições climáticas adversas deste ano, como geadas, estiagens, chuvas e temporais.
Os agroindustriais Ivo Pierin Júnior e Roland Schurt, ambos diretores da ABAM, lembram que é preciso aproveitar este momento favorável às exportações. Destacaram a necessidade de o setor acompanhar mais de perto o mercado externo para aproveitar as oportunidades, buscando uma remuneração melhor até para não sufocar o produtor e, ainda, buscar subsídios para as exportações.