CRISTIANE GERCINA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O C6 Bank demitiu parte de sua equipe na manhã desta segunda-feira (6). As demissões começaram a ser negociadas com o Sindicato dos Bancários na semana passada e foram confirmadas pela empresa à reportagem. O banco, no entanto, não informou o número de profissionais desligados.
Com o corte, a fintech se soma a Nubank, Loggi e 99, entre outras, que reduziram seus quadros nas últimas semanas.
Em nota, a empresa afirma tratar-se de “readequações” e diz ainda que irá manter o cronograma de contratações previstas para este ano, com objetivo de encerrar 2023 com 800 novos profissionais. Por ora, permanecem abertas 400 vagas. Com 22,9 milhões de clientes, estima-se que o banco tenha cerca de 4.000 funcionários.
“Como é praxe nas empresas que buscam o melhor nível de eficiência nos mercados em que estão inseridas, o grupo avalia periodicamente a produtividade das equipes e, quando necessário, faz readequações de cargos e profissionais, bem como adequações de suas estruturas ao momento do negócio”, diz em nota.
Não devem ocorrer novos cortes nesta semana. O banco não informou se houve algum tipo de benefício extra oferecido aos demitidos além das verbas rescisórias previstas em lei, como extensão da cobertura do plano de saúde —ação adotada por algumas startups que fizeram demissões recentemente.
Funcionários dizem que, antes mesmo de serem comunicados da demissão, o acesso aos sistemas da empresa já haviam sido bloqueados.
A intenção com as demissões seria, segundo fontes, reestruturar o foco da empresa, antes voltada à criação de novos produtos na área tecnológica. Agora, a intenção é popularizar mais os serviços oferecidos e ampliar o número de clientes, voltando-se para a área de marketing e de atendimento ao ao cliente.
Levantamento divulgado pelo Banco Central em janeiro mostra que o C6 Bank ocupa o terceiro lugar no ranking de reclamações do BC. O banco recebeu 759 queixas procedentes de outubro a dezembro de 2022 –totalizando 33,13 pontos. A instituição chegou a aparecer três vezes consecutivas no topo da lista.
O Sindicato dos Bancários afirma que as demissões surpreenderam porque o banco havia anunciado, em novembro, contratações de novos profissionais neste ano. Representantes do sindicato e do C6 Bank se reuniram para debater os cortes, mas o sindicato ainda não se posicionou sobre o que foi debatido.
Em nota, a entidade afirma que tentou suspender as demissões para dar início a um processo de negociação, mas não foi atendida. Além disso, diz que a empresa não informou o número total de demissões.
“O banco não informou sobre o número de desligamentos, mas afirmou que haverá uma reestruturação na área de tecnologia da informação e setores corporativos e operacionais.”
O sindicato afirma ainda que “protesta contra a atitude do banco” e orienta os funcionários a buscarem a entidade caso haja “descumprimento de direitos”.