A influenza canina é altamente contagiosa entre os cães e pode causar sintomas graves, especialmente em ambientes de alta densidade populacional
Cibele Chacon
Da redação
A gripe não é uma preocupação exclusiva dos humanos. Os cães também estão sujeitos a infecções respiratórias causadas por vírus e bactérias, como a influenza canina, mais conhecida como tosse dos canis. Essa doença é altamente contagiosa e pode afetar severamente a saúde dos pets, especialmente em locais com grande circulação de animais, como canis, abrigos, parques e hotéis para cães. Mas é importante destacar que ela não é contagiosa para os humanos.
A influenza canina é causada por agentes como o vírus da parainfluenza canina, o adenovírus canino tipo 2 e a bactéria Bordetella bronchiseptica. Segundo a médica veterinária Maria Eduarda Crespo Chagas, “os sintomas mais comuns são tosse seca de início agudo, mímicas de vômito e expectoração de muco. O cão também pode apresentar febre, secreção nasal, letargia e dificuldade para respirar”.
TRANSMISSÃO E GRUPOS DE RISCO – A transmissão da gripe canina ocorre principalmente por contato direto entre cães contaminados. Locais como abrigos, creches e eventos para pets são ambientes de alto risco devido à proximidade entre os animais. “Animais com o sistema imunológico comprometido e filhotes têm mais chance de serem diagnosticados com a doença”, explica a veterinária.
Os tutores devem ficar atentos ao comportamento de seus pets, especialmente após visitas a locais com alta densidade de cães. É importante observar se surgem sintomas como tosse persistente ou secreções nasais e buscar orientação veterinária caso necessário.
Prevenção: A Importância Da Vacinação – Embora a vacina contra a influenza canina não seja obrigatória, ela é altamente recomendada para animais que frequentam ambientes coletivos. Muitos hotéis, creches e até companhias aéreas exigem a imunização antes de aceitar cães.
“Atualmente, existem três tipos de vacinas: injetável, oral e intranasal. Todas devem ser aplicadas a partir de 8 semanas de idade. A vacina injetável requer duas doses iniciais e todas têm reforço anual”, orienta Maria Eduarda. Além da vacinação, manter os pets em ambientes limpos e protegidos de correntes de ar frio é fundamental para prevenir o contágio.
Instalações que abrigam ou recebem muitos cães devem seguir protocolos rigorosos de limpeza e desinfecção. A veterinária enfatiza que “os comedouros e bebedouros precisam ser higienizados regularmente, e animais doentes devem ser isolados para evitar a disseminação da doença”.
COMO TRATAR A GRIPE CANINA – Embora não exista um tratamento específico para a influenza canina, a maioria dos casos é autolimitante, com recuperação espontânea dentro de três semanas. No entanto, é fundamental que o diagnóstico seja feito por um veterinário, que poderá decidir pela utilização de medicamentos como antibióticos, corticoides, antitussígenos e mucolíticos, dependendo da gravidade dos sintomas.
O descanso adequado e a manutenção de um ambiente tranquilo e confortável também são importantes durante o período de recuperação. Garantir que o animal esteja bem hidratado e alimentado contribui para fortalecer o sistema imunológico e acelerar o processo de cura.
RECOMENDAÇÕES OFICIAIS PARA PROTEÇÃO COLETIVA
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) reforça a importância da vacinação de cães que participam de eventos ou frequentam ambientes coletivos. Essas medidas ajudam a prevenir surtos da doença em áreas de alta densidade canina e asseguram maior proteção para os animais.
A conscientização dos tutores e a adoção de medidas preventivas são essenciais para evitar que a gripe canina se torne um problema recorrente. Com os cuidados necessários, é possível garantir a saúde dos pets e promover bem-estar, mesmo em ambientes onde a interação entre cães é frequente.