CIBELE CHACON
Da Redação
Paranavaí enfrenta uma escalada nos casos de dengue, com 469 confirmações registradas em 2023 e início de 2024. Esse aumento contribui para o total de 1228 casos nos municípios atendidos pela 14ª Regional de Saúde, demandando atenção das autoridades.
Segundo o médico veterinário do setor de zoonose da 14ª Regional de Saúde, Walter Antônio Sordi, o fator primordial desencadeador desse cenário é o acúmulo inadequado de lixo, que pode ser visto em vários pontos da cidade. “Muito lixo nas casas e áreas públicas cria um ambiente propício para a reprodução dos mosquitos transmissores da dengue. A chuva e o calor intensificam esse processo, principalmente com galerias pluviais entupidas”, explica.
Sordi ressalta que o número de casos vem crescendo de forma expressiva desde outubro. O acúmulo de água em recipientes cotidianos, como vasos de plantas e de coleta de água de chuva para reuso, além de lixos em vias públicas, tem se mostrado uma das principais causas do aumento da proliferação do mosquito vetor.
Para o assessor de combate às endemias de Paranavaí, Tiago Dias, a ação principal do combate à dengue é a ajuda da população. “Infelizmente, falta por parte de alguns. É um trabalho de formiguinha, então a gente faz de tudo para conscientizar, com inúmeras ações e comunicação, então a nossa luta é constante e árdua aqui na nossa região. Uma equipe faz a limpeza de manhã, e à tarde já tem lixo de novo, mesmo a Prefeitura oferecendo locais corretos de descarte”, diz.
O plano de ação adotado pelas autoridades de saúde é centrado na prevenção, com ênfase na limpeza e manutenção das áreas urbanas. “A estratégia principal é manter a cidade limpa, com atenção especial às galerias pluviais para assegurar o fluxo adequado da água. Além disso, é essencial manter as árvores em bom estado, evitando acúmulos de água que possam servir como criadouros para os mosquitos”, destaca Sordi.
Sordi enfatiza que a aplicação de inseticidas é considerada a última medida a ser adotada, sendo reservada para situações em que outras estratégias se mostram insuficientes. “O uso de veneno é nossa última carta na manga, a ser empregada somente quando a situação está fora de controle. A prioridade é sempre a prevenção”, afirma.