REINALDO SILVA
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A Câmara de Vereadores de Paranavaí aprovou em primeiro turno o Projeto de Lei 33/2023, que amplia o efetivo da Guarda Municipal. De autoria do Poder Executivo, o texto deverá voltar para a segunda rodada de votação na próxima semana. O quadro atual conta com 50 profissionais e a proposta é ampliar para 55.
A matéria foi levada à discussão em plenário após a participação do prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (Delegado KIQ), convidado pelos vereadores para falar sobre segurança pública, especificamente sobre as ações da Administração Municipal em creches e escolas. Foi uma resposta à onda de insegurança que tomou conta da população por causa dos ataques a estabelecimentos de ensino em diferentes regiões do Brasil.
O PL 33/2023 é justificado pela necessidade de coibir ou reduzir as chances de atos violentos em prédios onde, diariamente, há movimentação de crianças, jovens e adultos. “Ampliando o número [de profissionais] será possível realizar a segurança e o atendimento com mais efetividade e celeridade, a fim de evitar possíveis situações de perigo”, diz o texto.
Na sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira, KIQ fez apontamentos sobre o tema e enfatizou que mesmo atuando na área da segurança pública, como delegado operacional, não dispõe de respostas prontas para o problema. Defendeu o amplo debate.
O prefeito explicou que é preciso atuar em duas frentes. A primeira é imediata e se refere a garantir à sociedade a sensação de segurança, o que tem sido feito pela Guarda Municipal de maneira mais intensiva nos perímetros escolares.
A outra questão é a segurança propriamente dita. Requer análises mais sistemáticas do cenário nacional e do que leva à prática de atentados contra professores e alunos. Na opinião de KIQ, é fundamental trabalhar com soluções de longo prazo. E isso precisa começar agora, “se esperar daqui a seis meses, a gente perdeu a oportunidade”. Para o prefeito, tudo deve ser tratado com responsabilidade.
Ele sugeriu que professores sejam capacitados para agir em situações de ataque, inclusive com permissão para uso de arma, caso seja necessário. Na sequência ponderou que o armamento dos profissionais de educação talvez não seja a melhor forma de lidar com o problema, em razão dos efeitos psicológicos que teria sobre os alunos.
KIQ tentou tranquilizar a população: “Existe a possibilidade de entrar alguém armado aqui e matar todo mundo? Existe. Mas a probabilidade é pequena”. Comparou com outros episódios graves, como a queda de um avião no pátio a Escola Municipal Ilda Campano Santini, no Jardim Maringá, em 2008. Não é porque o acidente aconteceu que Paranavaí terá uma artilharia antiaérea, disse.
O prefeito motivou os vereadores a conversarem com deputados estaduais e federais, senadores e até mesmo o presidente da República na busca por medidas efetivas e duradouras de segurança nas escolas de todo o Brasil. “O momento é de buscar as autoridades e cobrar esse posicionamento.”
Antes de terminar a participação na sessão legislativa, KIQ recomendou cautela quanto às exigências da sociedade no sentido de garantir a segurança a qualquer custo nas escolas. Falou especificamente do “lobby dos vigilantes”. Explicou: “Não estou dizendo todos, não estou generalizando, mas tem pessoas da área [de vigilância privada] que estão fomentando a situação, porque vão garantir o pé de meia”.