Katia Simone Tomaz é caminhoneira há 13 anos e desafia as estradas e os preconceitos com sua determinação e paixão pela profissão. Ela sempre soube que queria seguir os passos de seu pai e irmãos, todos motoristas.
Os primeiros passos de Katia na estrada não foram fáceis. Enfrentando o desafio de explorar locais desconhecidos e rotas diferentes de seus familiares, ela se deparou com inúmeros preconceitos. “Meu desafio maior no começo foi ter que ir para locais, cidades e rotas diferentes do meu pai e irmãos. E ter que enfrentar tudo sozinha. Com muitos preconceitos”, relembra Katia.
Sua rotina é uma mistura de desafios e momentos de liberdade. Vivendo dentro de sua “casinha de lata”, como ela carinhosamente descreve seu caminhão, Katia enfrenta as tarefas diárias com determinação. “Acordo num pátio de posto ou de alguma empresa, ali tomo banho, faço minha comida, lavo minha roupa, limpo o caminhão”, descreve ela.
Apesar dos obstáculos e dos preconceitos que enfrenta, Katia mantém uma atitude positiva. Ela leva os conselhos de seu pai e irmãos consigo, deixando de lado as adversidades com uma risada de deboche. Em todas as profissões tem isso. Só sei de uma coisa. Não sou melhor e nem pior que ninguém. Todos são capazes debaixo desse sol”, reflete Katia.
Para ela, a verdadeira recompensa está na liberdade que sua profissão oferece. “O que mais gosto é da liberdade. De conhecer pessoas e culturas, cidades, lugares etc.”, diz.
Mas a vida de uma caminhoneira também tem seus desafios emocionais. “Quando você entra nessa profissão, já sabe que vai ter que ficar longe dos seus. É sofrido, mas acabamos nos acostumando”, admite. A solidão das estradas contrasta com a alegria do retorno ao lar, um momento que Katia valoriza profundamente.
A história da caminhoneira é marcada por momentos de superação e perdas. “Quando comecei, éramos 4 motoristas em casa”, lembra ela com nostalgia. Mas o destino reservou reviravoltas trágicas, deixando-a como a única motorista remanescente em sua família. “Meu irmão Vagner, que era meu amigo, conselheiro, GPS, Deus levou em um trágico acidente de caminhão”, revela ela com pesar.
Quando questionada sobre o que a motiva a seguir em frente, Katia responde com simplicidade: “Conhecer lugares, pessoas, comidas e o nosso salário.” Sua história é inspiradora e mostra a força e determinação das mulheres que desbravam os caminhos do Brasil, desafiando expectativas e conquistando sonhos, uma estrada de cada vez.