*Erlon Labatut
O varejo está passando por um de seus piores momentos. Lojas fecham diariamente e as ações de grandes redes estão em queda. Podemos apontar muitas casas para a essa situação – desde questões macroeconômicas, políticas públicas, a influência da pandemia e tantas outras. É impossível atribuir um vilão específico, até porque cada um deles impacta determinado tipo de negócio e vice-versa.
Sabe-se que o comércio – aqui, tratando-se do físico – enfrenta um momento difícil, e a pergunta que vem à mente é: seria isso passageiro ou estamos vendo o fim do comércio varejista? É fato que ninguém pode prever o futuro do mercado, mas conseguimos identificar tendências e buscar alternativas para superar os desafios de agora, e assim planejar o futuro. Analisando os direcionamentos, pode-se construir um caminho para um setor estruturado em três pontos.
O primeiro é que os canais físicos e digitais devem se completar, em vez de competirem um com o outro, criando um pensamento Phydigital (físico, em inglês physical + digital) e formando uma “parceria” entre eles. Depois, a conexão emocional com os clientes entra em ação. As plataformas devem ser utilizadas como canal, mas os varejistas precisam trabalhar intensamente a identidade de marca para criar conexões reais com os consumidores, que dão preferência às empresas com as quais se identificam verdadeiramente.
Por fim, mas não menos importante, é necessário manter uma revisão constante do modelo de negócio. Os custos de ocupação, de recursos humanos e estoque são desafios para manter a lucratividade e a rentabilidade da operação. Então, os ajustes podem e devem envolver o delivery, e-commerce, to go e todo o arsenal de ferramentas para posicionamento na internet.
A adequação diante das dinâmicas do mercado tende a ser árdua. Porém, o bom e velho varejo físico – desde que bem trabalhado – fará sempre parte do dia a dia. Em um cenário futuro, é impossível imaginar uma situação de andar por uma cidade e não nos depararmos com nenhuma loja. Por ser uma das principais forças da economia, o universo em que vivemos necessita do comércio para sobreviver e haver a projeção de um amanhã para “além do horizonte”.