Durante o mês, as unidades básicas de saúde promoverão ações de conscientização e intensificarão as testagens rápidas
REINALDO SILVA – Da Redação
Desde a década de 1980 até 2023, Paranavaí registrou 304 casos de Aids, sigla em inglês para a síndrome da imunodeficiência adquirida. A maioria dos pacientes com diagnóstico positivo é formada por homens, 206. As mulheres somam 98.
A Aids é causada pelo HIV, mais uma sigla em inglês – essa para denominar o vírus da imunodeficiência humana.
A transmissão ocorre de diferentes formas, por exemplo, relação sexual, transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas contaminadas, acidente de trabalho com material perfurocortante ou durante o parto ou a amamentação.
O Ministério da Saúde explica que a primeira fase, chamada de infecção aguda, se refere ao tempo que decorre entre a exposição aos vírus e o surgimento dos sinais da doença. Normalmente, os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, por isso a maioria dos casos passa despercebida.
A fase seguinte é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Esse período pode durar anos e é chamado de assintomático.
Com o frequente ataque, as células de defesa do organismo começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. Em razão da baixa imunidade, o paciente fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. Aparecem também doenças oportunistas, como hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer, que podem levar à morte.
Números do Ministério da Saúde revelam que a partir dos anos 1980, quando o HIV e a Aids foram descobertos, 103 pessoas morreram em Paranavaí por complicações da doença.
DEZEMBRO VERMELHO – Celebrado em 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta contra a Aids marca o início de campanha desenvolvida em todo o Brasil, Dezembro Vermelho, que busca chamar a atenção para a necessidade de prevenção e, em caso de contágio, de tratamento.
Todos os anos, as unidades básicas de saúde da Região Noroeste promovem ações de conscientização e intensificam as testagens, a fim de identificar pessoas soropositivas e iniciar a terapia medicamentosa. Não há cura para a Aids, mas é possível reduzir a carga viral e evitar as complicações da doença.
Maria da Penha Francisco é responsável pelo Programa de Controle das IST/Aids na 14ª Regional de Saúde. Ela explica que o tratamento é gratuito, com a distribuição de remédios garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A rede pública também oferece a profilaxia pré-exposição, a PrEP, indicada principalmente para homens que mantêm relações sexuais com outros homens, pessoas transexuais, profissionais do sexo e parceiros sorodiferentes. Os medicamentos evitam a ação do vírus.
Outra possibilidade é buscar a profilaxia pós-exposição, a PEP, que consiste no uso de antirretrovirais após possível contato com o HIV em situações como violência sexual, relação sexual desprotegida ou acidente ocupacional.
ATENDIMENTOS – Maria da Penha alerta que há pessoas com o vírus, ou já com quadro de saúde debilitado pela Aids, que desconhecem a situação. O diagnóstico é feito em todas as unidades básicas de saúde da região, com os testes rápidos. No caso de Paranavaí, há também o Sistema Integrado de Atendimento em Saúde (Sinas).
Os profissionais que recebem os pacientes estão aptos a oferecer todos os serviços de saúde e fazer os encaminhamentos necessários se o exame tiver resultado positivo.