REINALDO SILVA
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Dos 4 mil hectares de pomares cultivados nas regiões de atuação da Cocamar – Cooperativa Agroindustrial, 2.800 estão no Extremo-Noroeste do Paraná, representando 70% do total. O solo arenoso é favorável à citricultura e garante alta produtividade e rentabilidade. O resultado é a qualidade da produção, que alcança diferentes regiões do Brasil.
O desempenho positivo é estímulo para a renovação dos pomares e a ampliação da área plantada, tema de evento realizado ontem em Paranavaí, com a participação de produtores e profissionais técnicos. Foi o lançamento da campanha de fomento “Citricultura, negócio rentável”, desenvolvida a partir da parceria entre a Cocamar, a Louis Dreifus Company (LDC) e o Banco do Brasil.
A gerente-técnica de Culturas Perenes da Cocamar, Amanda Caroline Zito, deu mais detalhes sobre o projeto e explicou que é voltado para citricultores cooperados e produtores que queiram migrar para o plantio de frutas cítricas, por exemplo, laranja, limão e tangerina.
Interessados assinarão um contrato de intenção e assumirão o compromisso de destinar toda a produção às empresas responsáveis pelo projeto. Em contrapartida, poderão acessar linhas de crédito para custeio e investimento. Dependendo da necessidade do produtor e da modalidade de financiamento, o pagamento terá início depois de três anos, com prazo máximo de 10 anos para quitar o débito.
O gerente-geral da agência Agro do Banco do Brasil em Maringá, Cesar Roberto Zandonadi, responsável pelas transações em todo o Noroeste do Paraná, informou que o saldo inicial disponível para atender os produtores é de R$ 60 milhões.
Em síntese, funciona assim: depois de assinar o contrato de intenção, o citricultor vai até a agência do Banco do Brasil e apresenta a proposta, que será submetida a uma análise de viabilidade. Sendo rentável, o acesso à linha de crédito é formalizado e o dinheiro, liberado.
No caso de recursos para custeio das atividades do dia a dia, a taxa de juros é de 8%. Para novos investimentos, a partir de 10,5%. Conforme apontou a gerente-técnica de Culturas Perenes da Cocamar, normalmente os percentuais podem chegar a 12% ao ano.
A campanha de fomento à citricultura é uma forma de orientar os produtores, buscando a otimização dos recursos. A ideia é promover o desenvolvimento e a integração de toda a cadeia produtiva e, assim, aumentar a competitividade paranaense. O Brasil é líder mundial na produção de frutas cítricas, com destaque para o Estado de São Paulo.
A citricultura é classificada como cultura perene, pois dura vários anos. Significa que após a conclusão do ciclo produtivo, não é necessário fazer o replantio. Na maioria das vezes, são plantações de árvores frutíferas. No caso da laranja, pode se estender por 15, 20, 25 anos. À medida que o tempo avança, é necessário substituir as plantas envelhecidas e evitar o declínio do potencial de produção.