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Regional de Saúde destaca a necessidade de acolher sem julgamentos as pessoas que se encontram em situação de sofrimento emocional
REINALDO SILVA
Da Redação
Conversar pode mudar vidas. Esse é o tema da campanha Setembro Amarelo, que incentiva ações de conscientização sobre a prevenção ao suicídio e os cuidados com a saúde mental. A orientação da psicóloga Jéssica Jorge Francisco, da 14ª Regional de Saúde de Paranavaí, é “escutar com atenção”.
“Estar atento a mudanças comportamentais e sinais verbais que indiquem ideação ou planejamento de atentar contra a própria vida. Ser sensível ao sofrimento e acolher o que fala sem julgamento e sem desmerecer o sofrimento. Ajudar a buscar locais e serviços de saúde onde possa obter a ajuda adequada.”

Foto: Ivan Fuquini
Algumas situações de sofrimento podem comprometer as tarefas do dia a dia, os relacionamentos e a saúde física; luto, separação, desemprego e violência são alguns exemplos citados pela psicóloga. Nesses casos, é importante que a rede pessoal de apoio se mobilize, contando com amigos e familiares para fortalecer o vínculo comunitário e a capacidade de modificar fatores de risco para a saúde mental.
O atendimento profissional também é necessário. O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de uma série de serviços gratuitos que integram a rede de atenção psicossocial.
Jéssica Jorge Francisco explica que o primeiro equipamento a ser acessado diante de demandas relacionadas à saúde mental é a unidade básica de saúde (UBS). A partir da avaliação e da complexidade do caso, o paciente pode ser encaminhado ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) ou ao ambulatório.
Casos mais graves, considerados de urgência ou emergência, requerem intervenção do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou da equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a depender do quadro.
Setembro Amarelo – Durante o mês de conscientização sobre o suicídio, os equipamentos de saúde da Região Noroeste promovem ações de prevenção e orientação, levando a temática a escolas, empresas e instituições. Nas salas de espera das UBSs, os profissionais conversam com os pacientes. Também há panfletagem nas ruas.
Mas, para além de setembro, “devemos pensar no cuidado a saúde mental individual e coletiva durante todo o ano, considerando aspectos socioeconômicos, rede de apoio e também a capacidade de acesso dos indivíduos aos serviços públicos”, diz a psicóloga da 14ª Regional de Saúde.
Dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde apontam que todos os dias pelo menos 32 brasileiros cometem suicídio. No cenário global, a estimativa é que haja um suicídio a cada 40 segundos.