REINALDO SILVA
Da Redação
Papéis assinados, documentos em mãos. Depois de 12 anos de relacionamento – entre idas e vindas –, Juliana Karoline de Brito e Adriel Rocha Santana conseguiram realizar um sonho: compraram a própria casa em março de 2024. O imóvel fica no bairro Santa Maria, em Paranavaí, e se tornou o lar do casal e dos dois filhos, Maria Júlia e Benjamin.
Por cinco meses, a família viveu de forma tranquila e segura, mas em agosto daquele ano o sonho começou a se transformar em pesadelo. “Infelizmente, depois de instalados no imóvel, descobrimos da pior forma possível que a casa estava em leilão judicial”, contou Juliana ao Diário do Noroeste. “Fomos vítimas de estelionatários.”
Marido e mulher acreditavam que se tratava de uma relação comercial honesta, com todos os documentos aparentemente em ordem. “Pagamos um valor alto diretamente aos supostos proprietários, que nos passaram [a sensação de] confiança e prometeram uma negociação legalizada.”
A única possibilidade que o casal tem de manter o imóvel é pagar o valor do lance dado no leilão judicial, em torno de R$ 65 mil. Ocorre que Juliana e Adriel não dispõem dessa quantia e enfrentam o risco de deixar a casa.
Diante da limitação financeira, eles iniciaram uma campanha na internet pedindo doações em dinheiro. Na tarde desta quarta-feira (30), quando Juliana explicou a situação ao DN, a arrecadação estava muito aquém do necessário, por isso ela pediu ajuda da comunidade. As contribuições podem ser feitas via PIX (vaquinhacasa1@hotmail.com), e quem quiser outras informações sobre o caso pode entrar em contato pelo número (44) 99880-1547.
O prazo de pagamento termina nesta quinta-feira (31).

Foto: Ivan Fuquini
Boletim de ocorrência
A família registrou boletim de ocorrência na 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, apontando o caso de estelionato. De acordo com o delegado-chefe Marcelo Luiz Trevisan, o conteúdo do inquérito é de natureza sigilosa, tendo a Polícia Civil juntado diversos documentos e ouvido sete pessoas. Ainda não houve conclusão das investigações.
Trevisan fez orientações à população para evitar dores de cabeça como a de Juliana e Adriel: “O básico em compra e venda de imóveis é procurar o cartório de títulos e documentos para formalizar o contrato. Lá eles costumam solicitar inúmeras certidões negativas antes das assinaturas. Após, o correto é averbar esse contrato na matrícula”.