O Dia dos Namorados é comemorado na próxima segunda-feira, dia 12 de junho, e a equipe do jornal Diário do Noroeste foi até o Jardim Canaã, em Paranavaí, ouvir a história de um casal apaixonado. Casados há quase 47 anos, José Juvenal de Sá, de 77 anos, e Rosa Maria Silva de Sá, de 69 anos, moraram boa parte da vida no sítio e construíram uma família com dois filhos, cinco netos e um bisneto. Com a fé inabalável em Deus e devoto de Nossa Senhora, o casal participa das ações religiosas e beneficentes da Igreja Nossa Senhora Aparecida, no Jardim Ipê.
Segundo Rosa, eles se conheceram no começo da adolescência. O pedido de namoro, no entanto, só aconteceu depois que ela completou 18 anos. “Na nossa época os casais começavam a namorar com o pensamento de construir uma família e viver juntos para sempre. Hoje em dia está diferente, as pessoas casam e qualquer crise no casamento, mesmo aquelas mais simples de se resolver, acaba gerando uma separação. É triste, pois temos que ser pacientes e tentar fazer dar certo. No casamento tem que ter muito amor, paciência e diálogo”, disse Rosa.
O casal conta que enfrentou muitas dificuldades no começo do namoro. José teve que se mudar para o Município de Tamboara – PR e o tempo de deslocamento até Paranavaí era difícil, pois as estradas não eram pavimentadas. “Nos víamos a cada 15 dias” , recorda-se Rosa com um sorriso.
Depois de três anos de namoro, casaram e tiveram dois filhos: Odair e Margareth. Emocionado, José vai às lagrimas ao lembrar das dificuldades que passou. “Acordava às 2h para tirar leite e passava o dia inteiro na roça. Tinha dias que eu chegava muito exausto em casa, próximo das 21h, ou seja, passava aproximadamente 19 horas fora de casa, no trabalho”, lembrou.
Em certas ocasiões, Rosa ajudava José na roça. Os filhos ficavam brincando debaixo de uma árvore, enquanto os pais terminavam as tarefas do dia. “Sempre lutamos e nunca perdemos a fé em Deus que um dia iríamos vencer na vida”, enfatiza, ele.
Amor, respeito e fé – Ao ser questionado sobre o segredo para um relacionamento duradouro, José afirma: “Além do amor, o respeito é um pilar importante. O respeito é uma coisa que temos que aprender desde criança. A pessoa que não respeita, não quer ser respeitada. Se todas as pessoas entendessem de fato isso, com certeza o mundo seria bem melhor”, disse.
“Ser verdadeiro e sincero um com o outro, e colocar Deus sempre em primeiro lugar. Ele é o verdadeiro alicerce para qualquer ocasião. É assim que vivemos felizes”, conclui Rosa.
Inversão de valores – Não é segredo para ninguém que os relacionamentos de hoje em dia já não são mais como eram os de antigamente. O companheirismo de José e Rosa também é exemplo para outros casais da época: namoravam, casavam e construíam família.
De acordo com José, essa mudança nos relacionamentos atuais tem a ver com a falta de limites imposta pelos próprios pais. “Hoje em dia, infelizmente, os pais deixam os filhos muito à vontade. Meninos e meninas com 13, 14 ou 15 anos saem de casa e voltam a hora que bem entenderem, ou seja, os pais não estão mais impondo limites. Então tudo isso facilita para o casamento futuro (desses filhos) não dar certo, pois a pessoa que tem essa liberdade acaba desenvolvendo outro tipo de comportamento e isso reflete no futuro em um possível relacionamento, finaliza José.