O dia 28 de julho é muito especial para a agricultura brasileira. Nele é comemorado o Dia do Agricultor, profissionais que se dedicam de sol a sol na produção de alimentos. A data foi instituída em 1960 pelo o então presidente da República, Juscelino Kubithschek, em virtude da comemoração do centenário do Ministério da Agricultura.
Oito anos após a sanção do presidente, no mesmo dia 25 julho, a mais de mil de quilômetros da capital federal, em Cianorte nascia Leuzilda Shuman Antoniassi, mais conhecida por Zilda. Mulher que, assim como a data do seu aniversário, teria uma vida ligada ao campo.
Filha de agricultores, ela passou a infância nas plantações de café no Noroeste do Paraná e foi no campo também que conheceu o também filho de produtores rurais Edson Luiz Antoniassi, com quem se casou no ano de 1987 e formou uma família com dois filhos, Eder e Ederson.
O casal atualmente vive em uma propriedade rural no Distrito do Sumaré e se orgulha da produção de tomates e abacaxis e da criação de galinhas. Mas nem sempre a tranquilidade do campo esteve presente na vida dos dois, que relembram das mudanças e os desafios por que passaram.
Juntos, Edosn e Zilda iniciaram a vida de casados morando no campo e cultivando algodão, mas logo no primeiro ano já apareceram as dificuldades que muitos agricultores enfrentam. Uma praga atacou a lavoura e fez com que o casal optasse pela mudança para a cidade.
Os dois rumaram para Americana, no Estado de São Paulo. Em solo paulista, Edson foi trabalhar em indústria de tecelagem e Zilda de costureira, mas a paixão e o desejo de voltar para a roça continuou enraizado no casal.
Já em 1996, eles decidiram mudar para Paranavaí e compraram a propriedade rural em que vivem até hoje. Ainda assim por alguns anos Edson precisou se dividir entre as tarefas do campo e o serviço na indústria de tecelagem.
Enquanto estava trabalhando na cidade, Zilda, os filhos e o pai dela cuidavam do cafezal que havia plantado na propriedade. “Não dava para sustentar a família apenas com salário da indústria. Nós cuidávamos da plantação para completar a renda”, conta a esposa.
Além do café, outras culturas e a criação de gado leiteiro foram desempenhadas pelo casal, até que em 2015 a família passou a viver apenas da renda da produção de tomates e abacaxi.
“É muito lindo ver aquelas parreiras de tomate, quando chega a época de colher. Muito orgulho ver o que você plantou frutificar”, diz Zlida.
“Você planta a semente, vê germinar, depois a planta floresce. E tudo feito com muito cuidado para dar um fruto bonito. É uma satisfação produzir alimentos que vão para a mesa dos brasileiros”, enfatiza Edson.
Não é só amor de orgulho pela produção de alimentos que vive o agricultor, em especial os pequenos produtores. Edson explica que existe uma grande dificuldade com a variação do preço dos produtos no momento em que a venda é feita. “O agricultor vai comprar um produto, pergunta quanto custa. Mas no momento em que vai vender sua produção, precisa perguntar quanto pagam.”
O destino final dos alimentos cultivados pela família Antoniassi são os pequenos comércios de Paranavaí ou uma cooperativa que faz a venda direta para escolas. Para o agricultor, se houvesse mais incentivo para a comercialização o número de produtores cresceria. Na sua opinião, a implantação de um centro de distribuição de alimentos no munícipio ajudaria.
Agricultura no Brasil – O setor representou 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022.
De acordo com informações do Anuário Estatístico da Agricultura Familiar 2023, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese), a agricultura familiar representa 67% das ocupações no campo e 23% da produção agropecuária e gera cerca de 10,1 milhões empregos.