REINALDO SILVA
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O vigilante Vinicius Marques dos Santos e a vendedora Dulia Santina da Silva tinham um sonho: tornar o amor oficial. Juntos há dois anos, decidiram se casar. A solenidade foi no último sábado (22) em Paranavaí, durante o casamento comunitário conduzido pela desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) Joeci Machado Camargo.
A cerimônia no Centro de Eventos Armando Trindade Fonseca reuniu 73 casais de Amaporã, Paranavaí e Tamboara. Familiares e amigos dos noivos também estiveram presentes.
“Oficializar o casamento é uma emoção muito grande. É um momento especial para mim e para os casais”, disse a desembargadora do TJ-PR, coordenadora do programa Justiça no Bairro, que beneficiou moradores de diferentes municípios da Região Noroeste.
Joeci Machado Camargo contou que já celebrou mais de 44 mil casamentos e conheceu muitas histórias durante todo esse tempo à frente do Justiça no Bairro. Histórias de sofrimento e recuperação, de superação, de encontros e reencontros. Histórias que inspiram, disse a desembargadora.
Para Vinicius e Dulia, um momento inesquecível. “Estou muito feliz”, comemorou o marido. “Vamos viver a bênção do casamento, a bênção de Deus”, completou a mulher. Unidos pela lei e pela força do amor.
Serviços gratuitos – Da mesma forma que o casamento civil coletivo, o programa Justiça no Bairro trouxe uma série de serviços jurídicos gratuitos. A iniciativa do TJ-PR aconteceu juntamente com o programa Sesc Cidadão e contou com a parceria do Sesc de Paranavaí, da Prefeitura e da Universidade Paranaense (Unipar). Defensoria Pública do Paraná e Ministério Público também participaram.
A analista do Sesc Paraná Claudia Patrícia Totti Denkewski disse que a proposta é levar atendimento à população que enfrenta algum tipo de vulnerabilidade socioeconômica, por isso o critério para participar é ter renda mínima de até três salários mínimos. “A nossa missão é desenvolver trabalhos sociais e promover a cidadania.”
De acordo com o gerente do Sesc de Paranavaí, Marcos Scoz, aproximadamente 60 famílias conseguiram regularizar situações de divórcio, reconhecimento de paternidade e outras pendências judiciais.
Formação – Coordenadora do curso de Direito da Unipar, Agélica Giosa Candido explicou que professores e acadêmicos trabalharam de forma voluntária e conduziram processos litigiosos e consensuais. Ela falou sobre a importância dos atendimentos gratuitos como ferramenta prática de atuação dos advogados. “Trazem para o dia a dia o que aprendem na sala de aula.” Mais do que isso, têm contato com diferentes realidades e adquirem experiência jurídica. “Isso proporciona formação humanística.”
FOTOS: Thamela Quirino