No espaço central, não há mais terrenos disponíveis para compra, havendo possibilidade de enterro apenas para quem já possui túmulo
Ana Cecilia Paglia*
Da Redação
Fundado em 1947, o Cemitério Municipal de Paranavaí registrou os primeiros sepultamentos em 1948, uma mulher de 102 anos, e em 1949, um homem de 80 anos, ambos falecidos por causas naturais. Setenta e sete anos depois, mais de 40 mil pessoas estão sepultadas no Cemitério Central e no Recanto da Saudade, localizado no Jardim São Jorge.
Devido à lotação, somente quem já possui túmulo pode ser enterrado no Municipal. Já o Recanto da Saudade tem capacidade para novas aquisições de terrenos.
De acordo com Amílcar Pereira dos Santos, administrador dos cemitérios de Paranavaí, entre tantos túmulos, há alguns que se destacam pela frequência de visitantes. Um dos mais conhecidos é o de Moacir Vinci, que nasceu em 1952 e morreu em 1955, atingido pelo coice de uma mula. Atualmente, a sepultura é decorada com diversos brinquedos em homenagem a ele.
Outro túmulo muito visitado é o de Owaldy Teixeira de Moraes, morto em 1976 em um acidente aéreo. A vítima viajava em um avião de pequeno porte para negociar a venda de uma propriedade no Mato Grosso quando parou em um aeroporto perto de Iguatemi, onde dois fazendeiros o encontraram. Os três entraram em uma aeronave maior e, durante o trajeto, o piloto baixou muito e bateu numa árvore do tipo peroba, o que ocasionou a queda. Os quatros morreram no acidente.
A localização do Cemitério Municipal é um ponto que também chama a atenção: está na área central da cidade. Segundo Pereira dos Santos, no início, o espaço era todo cercado por mato e usado como rua, porém a prefeitura decidiu fechar a via pública e aumentar o tamanho.
Quando fundado, era comandado por Mandaguari, sede da Comarca que abrangia grande parte dos municípios do Noroeste do Paraná, inclusive Paranavaí. Em 1950, com o envio do primeiro livro de registro de sepultamento, todo o processo começou a ser realizado no âmbito local.
Dia de Finados
Nas últimas semanas, devido à proximidade do Dia de Finados, os cemitérios de Paranavaí receberam muitos visitantes, que aproveitaram para preparar os túmulos dos familiares. Entre eles estava Maria Aparecida Piemontz, que foi limpar a sepultura na qual estão enterrados o marido, cunhados e sogros. “Eles merecem essas limpezas. Foram pessoas maravilhosas em vida, só fizeram o bem, não podemos esquecer. A gente tem que estar sempre presente, limpando, fazendo oração, colocando uma florzinha. Eu venho duas vezes por mês fazer uma limpeza”, contou ela.
Neste sábado (2), a expectativa é que mais de 35 mil pessoas visitem os dois cemitérios. E, de acordo com Pereira dos Santos, a recomendação é que as pessoas retirem os plásticos dos vasos e não deixem recipientes que possa acumular água, medida necessária para evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue.
Serviço
Para adquirir terreno no Recanto da Saudade é necessário ir até a secretaria do Cemitério Municipal, onde está a estrutura administrativa.
*Texto: Ana Cecilia Paglia/Supervisão: Reinaldo Silva
