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EDITORIAL

Chiquinho não, Brasão

A semana termina com a política nacional em alta temperatura. Tudo por conta da votação da Câmara sobre manter ou não a prisão do deputado Chiquinho Brasão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes.

Nos bastidores, o resultado pela manutenção de Chiquinho na cadeia trouxe alguns efeitos colaterais. Em Brasília, parte dos parlamentares avalia o resultado como derrota do presidente da Câmara, Arthur Lira. Ele teria, neste raciocínio, se movimentado pela queda da prisão sob o argumento de manter a soberania do parlamento e também seguir um preceito constitucional que admite a prisão de um deputado ou senador apenas em flagrante delito de crime inafiançável. Os contrários alegam que o crime tipificado é de flagrante permanente, como foi o entendimento do Supremo Tribunal Federal – STF.

Para fugir da pecha de derrotado, Lira partiu para o ataque. Em visita a Londrina, onde acontece a exposição agropecuária, ele saiu atirando. Descartou ter tentado influenciar os deputados e acusou o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) de estar espalhando a versão. Mais ainda: classificou o ministro como um desafeto pessoal e incompetente. Padilha rebateu.

Na outra ponta do parlamento, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tratou de colocar panos quentes e pediu que o ambiente seja pacificado. Paralelamente fez elogios a Padilha.

Isto posto, vamos à reflexão necessária: o parlamento emendou a Páscoa e pouco (ou nada) trabalhou nos dias da Semana Santa e manteve o ritmo na semana que sucedeu a Festa da Ressureição. Estavam em suas bases, articulando as chapas para as eleições municipais de 6 de outubro deste ano. Tudo bem, vá lá, eleições são fundamentais para o País e também para a própria articulação política dos partidos.

Passado o prazo para filiações partidárias dos pré-candidatos a vereadores e a prefeitos, natural seria retomar os debates fundamentais sobre desenvolvimento econômico, social, da educação, da saúde e da segurança, entre tantos outros. Mas… os deputados tiveram que gastar energia para definir se soltariam ou não o Chiquinho, um rito previsto e necessário, já que a Câmara tem a palavra final. Lá se foi mais uma semana. Para ser justo, houve outra votação relevante, também na quarta-feira: a volta do seguro DPVAT, que passa a ser novamente obrigatório para os proprietários de veículos.

Enquanto isso, o Governo Lula tenta se equilibrar entre o mundo político e os programas sociais, de olho nas pesquisas que medem a popularidade. Nada mais natural, pois os institutos de pesquisa norteiam as principais ações de toda a classe política. Foram tantas demandas numa semana confusa que o Governo praticamente se esqueceu de comemorar o bom resultado comercial do primeiro trimestre de 2024 com 6,1% de crescimento no acumulado de janeiro a março.

Voltando ao caso que dividiu as opiniões do parlamento e ao resultado da votação de quarta-feira que pautou a imprensa e a classe política: Não é Chiquinho; é Brasão.

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