Outubro começou chuvoso, e só nos primeiros quatro dias, Paranavaí registrou 93 milímetros. A precipitação traz alento para as lavouras, mas não resolve a crise hídrica, avaliou o meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) Lisandro Jacobsen. Desde 2019, o Estado é castigado por longos períodos de seca, o que tem comprometido o abastecimento de água em diferentes regiões. Em alguns municípios foi preciso adotar o sistema de rodízio, com alternância de distribuição para os bairros.
A expectativa é que o mês tenha chuvas dentro da média, de 120 a 140 milímetros, mas o volume pode ser excedido, a depender das mudanças das condições do tempo. Por enquanto, são esperadas pancadas irregulares, que retornam a Paranavaí de quarta para quinta-feira. A previsão para hoje é de céu claro e temperaturas variando de 18ºC a 32ºC.
De acordo com Jacobsen, normalmente a primavera (22 de setembro a 21 de dezembro) é uma estação chuvosa, mas as últimas semanas poderão ser marcadas por dias de estiagem, “se a ocorrência da La Niña se confirmar”. O fenômeno meteorológico é explicado pela mudança de temperatura nas águas do Oceano Pacífico, com interferência direta nos sistemas de chuva da América do Sul.
O ano de 2021 foi castigado pela escassez de precipitações. O último registro de chuva, antes do dia 1º de outubro, havia sido em 14 de setembro, com 20 milímetros, segundo dados do Simepar. Com exceção de janeiro, todos os meses tiveram volume abaixo das médias históricas. Para resolver os problemas hídricos que o Paraná enfrenta ao longo dos últimos anos, é necessário que a precipitação supere as marcas meteorológicas anteriores, explicou o meteorologista. (RS)