Duas espadas
Samuel 14:6 – Nada pode impedir o Senhor de salvar, seja com muitos ou com poucos.
Muitas guerras são desproporcionais. Aquela era uma delas. De um lado, estavam milhares de guerreiros bem equipados: de outro, uns 600 homens amedrontados. Filisteus versus israelitas, como sempre. Ao descrever o primeiro grupo, o cronista diz: “Os filisteus reuniram-se para lutar contra Israel, com três mil carros de guerra, seis mil condutores de carros e tantos soldados quanto a areia da praia” (1Sm 13:5, NVI). Ao relatar a situação do outro grupo, ele afirma: “Quando os soldados de Israel viram que a situação era difícil […] esconderam-se em cavernas e buracos, entre as rochas e em poços e cisternas” (v. 6).
Se não bastasse o fato de um exército ser numericamente muito superior e bem organizado, ele possuía a última tecnologia bélica. Já o outro exército, disperso pelo medo, dispunha de apenas duas espadas. “Naquela época não havia nem mesmo um único ferreiro em toda a terra de Israel, pois os filisteus não queriam que os hebreus fizessem espadas e lanças”, diz o relato (v. 19). O que o rei e o príncipe fariam com duas espadas?
Saul sentou-se debaixo de uma romãzeira, árvore muito apreciada no mundo antigo. Inativo, dominado pelo negativismo, estava esperando as circunstâncias mudarem. Mostrava tanto medo quanto seus 600 soldados, “entre os quais Aías, que levava o colete sacerdotal” (1Sm 14:3). Nem o símbolo religioso erguia o moral da tropa.
Por outro lado, Jônatas resolveu usar a espada. Disse a seu escudeiro: “Talvez o Senhor aja em nosso favor, pois nada pode impedir o Senhor de salvar, seja com muitos ou com poucos” (v.6). Ele não tinha certeza da intervenção divina, mas estava seguro de que, para Deus, não faz diferença se a vitória vem pelo esforço de muitos ou pelo heroísmo de poucos. Para o Senhor é irrelevante; o importante é o treinamento na fé, ainda que seja uma fé pela metade, com base no “talvez”.
Jônatas e seu escudeiro resolveram escalar um penhasco íngreme e seguir os sinais de Deus. “Jônatas escalou o desfiladeiro, usando as mãos e os pés, e o escudeiro foi logo atrás. Jônatas os derrubava e seu escudeiro, logo atrás dele, os matava” (v. 13). No primeiro ataque, eles mataram cerca de 20 homens. Então o pânico dominou o exército filisteu. A vitória foi arrasadora.
Você tem batalhas para travar, inimigos para vencer? Não fique sentado debaixo da romãzeira. Tome a iniciativa. Escale o penhasco. Lute, pois soldado que não guerreia não é soldado. Se não puder ser um herói como Jônatas, seja um escudeiro. Uma espada é suficiente para Deus conceder a vitória.
Reflita sobre isso no dia de hoje e ore agora:
Que bom é saber, Pai, que lutas em nosso favor, que nada pode impedir o Senhor de salvar, seja com muitos ou com poucos! A batalha é Tua. Usa-nos, por favor! Em nome de Jesus, amém! (Amilton Menezes)