Sentimento de culpa
Esdras 9:6 – Meu Deus! Estou confuso e envergonhado para levantar a Ti a face, meu Deus, porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa cresce até aos Céus.
Esdras estava perplexo com as abominações praticadas pelos filhos de Israel. Até mesmo príncipes, magistrados, sacerdotes e levitas haviam-se misturado com pessoas pagãs, unindo-se em casamentos condenáveis. Alguns, porém, permaneceram leais aos mandamentos divinos. E foi nessa hora de profunda tristeza, que Esdras exclamou: “a nossa culpa cresceu até aos Céus” (9:6).
O que aconteceu durante o desabafo de Esdras? Diz o relato bíblico: “Enquanto Esdras orava e fazia confissão, chorando prostrado diante da Casa de Deus, ajuntou-se a ele de Israel mui grande congregação de homens, de mulheres e crianças; pois o povo chorava com grande choro” (10:1). Todos sentiam-se culpados perante Deus e, arrependidos, abandonaram as abominações que vinham praticando.
O Dr. Mário Pereyra, no livro Psicologia da Reconciliação, menciona quatro tipos de culpa: culpa moral, culpa neurótica, culpa psicótica e culpa existencial. A culpa moral “é a consciência de determinada falta, seja por ação ou por omissão”. Os israelitas, no exemplo que mencionamos, sentiram esse tipo de culpa. É o que alguns psicólogos chamam de culpabilidade sã. Ou seja, o culpado é sensível ao erro que cometeu.
A culpa neurótica é mórbida, doentia. Trata-se de uma culpa exagerada, imaginária. É corrosiva, pois a pessoa acha que tudo o que acontece é por sua culpa. A culpa psicótica é a do esquizofrênico, ou do louco. Nesse caso, diz o Dr. Pereyra, “juntam-se as fobias e as obsessões, os delírios, ideias paranoicas e desajustes de comportamento”. Trata-se de patologias que requerem tratamento psiquiátrico. A culpa existencial, por sua vez, é o resultado de uma vida vazia, oca, estéril, sem amor, improdutiva. O melhor remédio é o crescimento diário em capacidade e utilidade no cumprimento do propósito da vida.
Ao longo de nossa vida, lutamos com sentimentos de culpa. Até mesmo pessoas afeitas à oração, por vezes são atingidas pelo aguilhão da culpa. Há, porém, um remédio eficaz contra a culpa moral e a culpa existencial: o sangue de Cristo e uma vida dedicada ao próximo. Toda vez que o Espírito Santo nos convence de que pecamos ou falhamos nalguma coisa, devemos ouvir o que Ele nos prescreve: arrependimento e confissão. E Deus é justo para nos perdoar.
Pratique isso no dia de hoje e ore comigo agora:
Obrigado pela prescrição, Pai. Ajuda-nos em nosso arrependimento e confissão para que sejamos sinceros e vivamos livres da condenação, da culpa, tendo sempre a certeza do perdão. Pedimos em nome de Jesus, amém! (Amilton Menezes)