Ela sempre fora uma mulher lutadora e corajosa.
Não dispensava qualquer serviço que lhe aparecia e se aventurava por tarefas pesadas, caso se fizessem necessárias.
Era a líder no lar. Também na entidade religiosa, onde prestara serviços voluntários nas várias frentes, por mais de quatro décadas.
Com o surgimento da pandemia, ela permaneceu em casa. A idade, em especial, o exigia.
Passados alguns meses, começou a entrar em estado depressivo. Acreditava-se inútil, agora, sem poder agir como fazia anteriormente.
Num dos dias em que a filha a visitou, percebeu a mãe muito quieta.
E quando insistiu para que falasse, a senhora, tristemente, lhe afirmou que estava na hora de Deus vir buscá-la. Afinal, não servia para mais nada.
Em casa, recebia o pão, pizzas, bolos, biscoitos. Enfim, tudo que precisasse lhe era entregue na porta de casa.
Sair, nem pensar…
Antes que acrescentasse mais alguma coisa, a filha lhe disse da importância que ela tinha na vida de tanta gente.
Mas a senhora se mantinha irredutível.
A filha, então, apanhou o celular da mãe e foi lendo algumas mensagens recebidas:
Uma sobrinha, que residia numa cidade vizinha, agradecia pelo apoio recebido, por telefone, quando sua pequena precisou ser internada às pressas.
Uma neta, ao receber seus cumprimentos, respondia lhe pedindo que vibrasse positivamente em seu benefício, pois faria, em breve, a apresentação do seu Trabalho de Conclusão de Curso.
A resposta fora: Fique tranquila, estarei com você, em pensamento.
Para uma amiga, às voltas com o filho portando grave problema mental, enviara a informação de que estava orando por ele, diariamente.
Outra neta, estudando em local distante, lhe enviara uma super declaração de amor:
Oi, vovózinha linda, como a senhora está?
Quero que saiba que a senhora é a avó mais doce e amorosa que existe. Obrigada por sempre cuidar e mimar todos nós.
Obrigada por cada carinho, cada conselho e por todas as horas em que me ouviu falando sem parar.
Eu sou melhor por ter você.
Obrigada por aceitar a missão de amar toda essa família.
Você é luz, você é maravilhosa, amo você!
Concluindo, disse a filha para a mãe entristecida: Mãe, com tudo isso, e sem falar dos tantos atendimentos fraternos que continua fazendo, virtualmente, a senhora acha não estar fazendo a diferença em muitas vidas?
A idosa senhora, tocada pela realidade, deixou que o orvalho dos olhos escorresse pela face.
* * *
É importante reconhecermos que trabalho não se realiza apenas na área material, onde se faz o concreto, o visível.
Trabalhamos, e muito, quando pensamos no bem e desejamos saúde e felicidade aos demais.
Trabalhamos com Jesus, quando, elevando nossas orações aos céus, desejamos aliviar a dor do próximo.
Trabalhamos grandemente quando, mesmo de forma virtual, levamos palavras de carinho e espalhamos amor entre as mais caras afeições.
Trabalhamos admiravelmente quando nos dispomos a amar os que sofrem, mesmo à distância.
Avaliemos esse trabalho invisível que chega aos corações.
Redação do Momento Espírita.
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