Ele era o mais jovem dos três filhos. Parecia não ter muitos compromissos com a vida.
Gostava de sair com os amigos, brincar. Estudava, mas não tanto, o que era motivo constante de conversas sérias com seu pai.
Quando não conseguiu a classificação ideal para acompanhar o irmão para a Universidade mais conceituada do país, foi uma decepção para o pai. Para ele próprio também.
Se tivesse se esforçado mais, teria conseguido. Foi o que ouviu do pai.
A mãe lhe disse que ele não deveria ficar tão triste consigo mesmo. Talvez, na Universidade que estava adentrando, algo muito especial lhe estivesse reservado.
Afinal, somente Deus tem ciência do que está para vir.
Ela também disse ao filho que a vida é um presente e pode ser um passeio lindo, incrível e fantástico.
Naturalmente, nem sempre fácil.
Foi na Universidade que ele conheceu uma garota incrível. Foi amor à primeira vista, ou talvez seja melhor dizer, à segunda vista, porque ele ficou admirado no primeiro esbarrão que deu nela.
E encantado quando aconteceu o segundo.
Por causa dela, se tornou voluntário em uma patrulha na Universidade e até resolveu conquistar sua habilitação de motorista, para melhor auxiliar.
Foi depois de um animado final de semana com toda a família, que ele teve um desmaio, foi levado para a emergência hospitalar e nunca mais retornou à consciência.
Ele partiu, vitimado por um aneurisma. Na despedida, ante o corpo inerte do filho, o pai, entre lágrimas, externalizou os seus sentimentos:
Chris, como eu gostaria que você não tivesse partido. Tão pouco tempo você esteve conosco. Somente dezenove anos.
Olhando para esses anos, eu me pergunto porque não usufrui mais de sua companhia.
Por que perdi tanto tempo reclamando das suas notas, que poderiam ser mais altas, da carteira de motorista que você poderia ter conseguido mais cedo, da sua falta de interesse por algumas matérias?
Reclamei, e reclamei. Poderia ter me servido desse tempo para olhar mais para você, descobrir a vida que brilhava em seus olhos.
Olhos que se fecharam e não verei mais. Poderia ter abraçado mais você para ouvir o seu coração batendo junto ao meu. Coração que nunca mais ouvirei.
Eu poderia ter feito tantas coisas. E me pergunto de que valeram tantas reclamações quando eu poderia ter vivido muito mais intensamente a sua vida, meu filho.
* * *
A vida é curta. A vida é breve, é impermanente. Hoje estamos aqui e, logo mais, poderemos ser convidados a tomar da bagagem das nossas conquistas pessoais e partir para o Grande Além.
De igual forma, os que amamos. Então, agora, se estamos ao lado de quem amamos, aproveitemos para dizer como essa pessoa é importante, como lhe queremos bem, como ela faz a grande diferença em nossa vida.
Agora, enquanto é tempo e estamos lado a lado, digamos ao nosso cônjuge, ao nosso filho, ao nosso amigo, que o amamos.
Repitamos isso amanhã, depois e depois. A cada manhã, a cada despertar, a cada aperto de mão, a cada abraço, a cada hora.
Usufruamos o convívio enquanto estamos a caminho. Antes que somente a saudade seja o manto que nos envolva.
Redação do Momento Espírita,
inspirado no filme Dois corações.
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