Olhos de realidade
Um conferencista e escritor, em certa palestra, narrou uma das lições inesquecíveis de seu pai.
Em tempos idos, como gerente de banco, ele precisava visitar seus clientes. Em dias quentes, por estradas empoeiradas. Seu meio de transporte era um jipe.
Nenhum desses modernos. Estamos nos referindo àquele com tração nas quatro rodas, criado para fins militares na Segunda Guerra Mundial e aproveitado posteriormente em serviços rurais.
Quando seu pai chegava em casa, no fim da tarde, cansado, coberto de poeira, falava como fora o seu dia.
Por vezes, ele sofrera alguns problemas com seu veículo mas sempre contava tudo com um sorriso.
Filho, olha como eu sou abençoado. Hoje quebrou o jipe na estrada. Graças a Deus, não estava chovendo.
Ou então: Olha como Deus é bom comigo. Hoje acabou a gasolina do jipe e só faltavam dois quilômetros para um posto de gasolina.
E, finalizando a narrativa, dizia o palestrante: O que foi que ele nos ensinou?
Não foi fingir que a realidade não tinha problema, não foi autoengano de olhar em volta e alienar-se das dificuldades.
Foi não ser derrotado pelas dificuldades.
Já bastava a encrenca de combustível para ele ainda ter esmagado a esperança.
Já bastava a dificuldade com a quebra do motor do jipe para ele ser derrotado uma segunda vez.
Bem verdade. Se os problemas nos chegam, de nada nos servirá reclamar, ou tentar culpar os outros.
As reclamações, os xingamentos somente nos farão mal. Mal para nosso coração, para nosso fígado, para nossos órgãos nobres.
E resolvem alguma coisa? Sabemos que não. Nós mesmos precisaremos resolver o problema. Ou, se não tivermos condições, recorrer a alguém.
Se for um veículo enguiçado, chamaremos o guincho para o levar até a oficina mais próxima.
Se for falta de combustível, bom, aí não poderemos reclamar de ninguém senão de nós mesmos porque o indicador está visível, sinalizando o quanto de combustível dispomos no tanque.
Cabe-nos estar atentos e calcular até onde poderemos rodar com aquela quantidade.
Se for o mau tempo que nos surpreendeu, no caminho, de nada nos adiantará gritar, exasperar. O melhor será procurar abrigo, para que não nos arraste a enxurrada, ou nos leve o vendaval.
Até mesmo nessa questão, por vezes, somos um pouco imprevidentes. A meteorologia avisara da possibilidade de ventos fortes ou tempestade, que não demos atenção.
Para vivermos em paz com nós mesmos, para não dilapidarmos o precioso patrimônio da maquinaria orgânica, sejamos ponderados.
Usemos de prudência. Procuremos ser previdentes.
E, se mesmo assim, problemas fora do nosso controle, nos alcançarem, nos perguntemos: O que posso fazer para melhorar a questão?
E, também: O que podemos aprender desse acontecimento?
Sempre há uma lição a ser aprendida. Aprendemos com a experiência alheia, nos servindo dos seus exemplos, das suas atitudes.
Também das nossas próprias. Isso nos permite que cresçamos, que progridamos.
Para isso estamos aqui. Para sermos melhores a cada dia, em tudo e em cada coisa.
Redação do Momento Espírita, com narrativa extraída
do artigo Sublime transição, de Sidney Fernandes, da
Revista Reformador, ano 142, nº 2338, de janeiro.2024,
ed. FEB.
Em 15.4.2024
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