Vivemos em uma sociedade onde a imagem e o que ela pode representar, é muito valorizado.
Na propaganda, profissionais se esmeram nos detalhes, para conquistar a atenção de clientes ou parceiros, oferecendo a imagem que acreditam ser a ideal.
Empresas cuidam de suas peças publicitárias, logomarcas, desejando impactar positivamente com a imagem que transmitem.
Na esfera pessoal, investimos esforços, em maior ou menor grau, em torno de nossa própria imagem.
Alguns investimos tempo e valores de grande monta, recursos variados para estruturar a nossa imagem para os outros.
Buscamos conquistar admiração, respeito ou, ao menos, atenção e comentários.
Detalhes nos acessórios, na marca das roupas, no cuidado da pele, na harmonia do rosto, entre tantos aspectos para moldarmos nossa melhor imagem para os demais.
Porém, já reparamos que as coisas que mais apreciamos, as usufruímos de olhos fechados?
Quando provamos nossa comida preferida, aquela cheia de lembranças que nos remetem a momentos felizes, o que fazemos? Fechamos os olhos!
Quando abraçamos alguém que há muito não víamos e as saudades transbordam do abraço, como nos aconchegamos no peito alheio? De olhos fechados!
Ao escutarmos uma música que nos enleva a alma, nos fazendo lembrar de alguém, ou nos enchendo o coração de paz, o que frequentemente fazemos? Fechamos os olhos.
Quando as saudades de quem amamos aperta no peito, e buscamos as lembranças, as boas memórias desse amor agora distante, o que geralmente fazemos? Cerramos os olhos.
Assim procedemos porque as melhores coisas habitam dentro de nós.
Por isso, fechamos os olhos, procurando as lembranças, as memórias, os registros que trazemos em nosso íntimo.
Contudo, embora as coisas mais importantes se encontrem dentro de nós, de uma forma estranha, vivemos muito mais para o mundo externo, para o que está fora nós.
Damos demasiada importância para as redes sociais, enquanto investimos pouco em nossas conexões internas, em valores do coração.
Aplicamo-nos, intensamente, na harmonia das cores e peças que vestimos, sem nos darmos conta de que há muita desarmonia em nosso mundo íntimo.
Buscamos novidades e acontecimentos nas imagens do mundo, sem dedicar tempo para examinar o que se passa dentro de nós.
Sem dúvida, devemos viver no mundo, com suas regras, exigências e possibilidades. Isso é natural.
Porém, também se faz preciso fecharmos mais os olhos.
Esquecer um pouco mais do mundo externo para mergulharmos em nós mesmos.
Avaliar nossos sentimentos, organizar nossos pensamentos, repensar nossas prioridades.
Fechar os olhos por alguns minutos, asserenar a mente.
Será nesses momentos de reflexão mais íntima, de meditação, que poderemos melhor aquilatar o que é verdadeiramente importante em nossas vidas.
Fazendo disso um hábito, entenderemos que viver com os olhos abertos para o mundo é tão importante quanto fecharmos os olhos para vermos o que se encontra na intimidade de nós mesmos.
Redação do Momento Espírita
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