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FÃ DO DIGITAL

Com 95 anos, Lucinda Michielon é fã de redes sociais e não dispensa tecnologias

Com um Kindle na mão e a mente aberta para o novo, ela celebra quase um século de vida totalmente conectada

Cibele Chacon – da redação

Neste domingo, 12 de janeiro, Lucinda Angelina Beux Michielon celebra 95 anos com a mente tão ativa quanto seu espírito. Professora aposentada, mãe de seis filhos, avó de 17 netos e bisavó de 10 bisnetos, Lucinda é um exemplo de que a idade é apenas um número quando se trata de abraçar o novo. Amante das redes sociais, do Kindle e até do YouTube, ela não apenas acompanha as transformações tecnológicas do mundo, mas também as utiliza para se manter conectada e em constante aprendizado.

Lucinda é uma figura que desafia estereótipos. Atualmente, ela está imersa nas páginas digitais de Crime e Castigo, de Dostoiévski, no Kindle que ganhou de presente. “É mais rápido. O letreiro do livro hoje é pequeno, a folha é amarela e os olhos não são muito bons. Pra ler cinco folhas num livro, eu leio quase um livro inteiro aqui. No mesmo tempo”, explica, com um sorriso no rosto. E, brincando, não seria exagero dizer que Lucinda, assim como Raskólnikov, o atormentado protagonista do romance russo, carrega uma alma inquieta, mas com a diferença de que a dela busca a paz e o conhecimento.

Lucinda utiliza Facebook, WhatsApp e Instagram, mas a preferência é pelo YouTube Foto: Ivan Fuquini

Uma vida de superações

Lucinda chegou a Paranavaí em 1966, trazendo na bagagem coragem e determinação. Ela criou os seis filhos sozinha enquanto atuava como professora, deixando um legado de educação e valores para sua família. Mesmo após se aposentar, não abandonou o desejo de ensinar e aprender, algo que permanece vivo em suas interações diárias com a tecnologia.

Em 2009, sua neta Denise Pierin recebeu uma ligação inesperada. “Minha avó me ligou dizendo que não me encontrava no Facebook. Naquela época, eu nem tinha uma conta. Entrei no computador correndo, fiz o meu perfil e adicionei. Ela foi a minha primeira amiga no Face”, relembra.

Para Lucinda, as redes sociais foram uma descoberta revolucionária. “Foi um achado, porque me alegrou em muita coisa que eu nem calculava e nem achava que existia”.

Conexões que atravessam gerações

Graças às redes sociais, Lucinda conseguiu localizar parentes distantes, até mesmo na Itália, de onde seus avós emigraram para o Brasil. “Nós descobrimos os parentes desde tataravós. Estão em quase todo o Brasil. A base foi o Rio Grande do Sul, em Caxias do Sul, e de lá foi ramificando para todos os lugares”, conta, com brilho nos olhos.

Com os familiares que moram na Itália, ela conta que conversa em italiano com frequência. “Eu aprendi a falar em português com sete anos de idade, porque os meus avós só falavam italiano”, contou.

Preocupações e reflexões

Apesar de ser uma entusiasta da tecnologia, Lucinda não ignora os desafios do mundo digital. “De vez em quando me dá a preocupação, depois eu pergunto qual é a idade que eu tenho. Vale a pena? Minha preocupação é com as pessoas que estão caminhando para o lado errado. Mas acontece que eu não vou ver nada disso. Seja o que Deus quiser.”

Ela conta sobre os familiares que encontrou por conta das redes sociais, alguns na Itália, mas a maioria no Rio Grande do Sul Foto: Ivan Fuquini

Tecnologia que acalma a alma

Além do Kindle e das redes sociais, Lucinda tem uma paixão especial pelo YouTube. É lá que encontra consolo em hinos religiosos, que considera uma forma de tranquilizar a mente e o coração. “De vez em quando, quando estou ouvindo uma porção de coisas no WhatsApp, volto para o YouTube para dar uma tranquilidade naquilo que eu quero. É muito bom.”

Mas ela ainda preserva hábitos tradicionais, como anotar à mão as receitas que aprende assistindo aos vídeos da plataforma. Para se entreter, também recorre aos jogos no celular, que estimulam sua mente e proporcionam momentos de diversão. Lucinda mostra que a idade não limita a busca por novas experiências, mantendo um equilíbrio entre inovação e memória afetiva.

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