A chegada da variante Ômicron ao Brasil e o primeiro caso confirmado no Paraná, no último dia 12, alteraram a percepção de alguns paranaenses que ainda não haviam se vacinado contra a Covid-19. Do dia 1º ao dia 14 de janeiro, 17.975 pessoas foram até postos de vacinação no Estado em busca da primeira dose da vacina. É como se toda a população de Cerro Azul, na Região Metropolitana de Curitiba, não tivesse se vacinado na data correta. As informações são da Agência Estadual de Notícias.
Segundo o levantamento do Vacinômetro Nacional, em dezembro de 2021, quando todos já podiam se vacinar, foram 59.691 imunizações (3.145 entre o Natal e dia 31). Em novembro, 288 mil.
Estes paranaenses poderiam ter se imunizado antes, já que o último público a ser liberado em 2021 – adolescentes com idade entre 12 e 17 anos – teve as primeiras doses aplicadas em setembro, entretanto, preferiram não ir até os postos de vacinação na data indicada. Agora, é possível que, por conta da iminência de aumento na disseminação da nova cepa do vírus, tenham optado por se vacinar.
“Depois da chegada da variante Ômicron, estamos acusando a realização de várias doses de vacina em paranaenses que não tinham tomado sequer a primeira. Talvez tenha servido de susto, ou talvez não tenha servido de susto mas seja também parte desse convencimento”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Ele se refere a uma série de pedidos feitos pela Secretaria da Saúde para que a população não deixe de se vacinar com a primeira dose, e que retorne aos postos para completar a imunização. Eles são reiterados semanalmente pelas 399 secretarias municipais. “Precisamos de todos vacinados e eu faço um apelo novamente para que as pessoas procurem a vacina”, ressaltou o secretário.
A variante Ômicron é cerca de duas ou três vezes mais transmissível que a Delta e tem muita semelhança com a transmissão do Sarampo. Ela se manifesta de forma menos agressiva que outras variantes da Covid-19, mas o secretário reforça que o fato de ser mais leve se dá por conta da vacinação.
“É importante frisar que os quadros têm sido leves, mas temos paranaenses que não tomaram nenhuma dose da vacina e ainda não retornaram para a dose de reforço. Se não houver a vacinação, casos mais graves vão acontecer”, afirmou.
Transmissão – Segundo a Secretaria de Saúde, já existe transmissão comunitária da nova variante no Paraná. Os dados podem ser constatados pela evolução de diagnósticos positivos em janeiro. Somente nos primeiros 18 dias, foram identificados 106.266 infectados. Como comparativo, em dezembro, o total foi de 9.262.
O número de casos no começo deste ano se assemelha a janeiro de 2021, no início da vacinação, que registrou 119.906 durante o mês todo. A média móvel dos casos teve um salto de 1.174,8% em relação aos 14 dias anteriores, na casa de 9.293 por dia.
“Por isso a necessidade de fazer rapidamente chegar ao braço dos paranaenses a vacina da dose de reforço, a vacina da segunda dose e, àqueles que ainda insistem em não tomar a vacina, vai mais um apelo em tentativa de convencimento: que procurem as unidades básicas de saúde para tomar a primeira dose”, reforçou Beto Preto.
Ômicron – A Secretaria de Estado da Saúde confirmou no último dia 12 de janeiro o primeiro caso da variante Ômicron no Paraná. O diagnóstico ocorreu por meio de um exame do Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), e logo foi enviado à Fiocruz, no Rio de Janeiro, que fez o sequenciamento genômico e identificou a nova variante.
Três dias depois da confirmação deste caso, o 6º Relatório de Circulação de Linhagens do Vírus Sars-CoV-2 do Instituto Carlos Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Paraná, confirmou a predominância da variante Ômicron no Estado, considerando 178 amostras coletadas entre 27 de dezembro e 2 de janeiro nas quatro macrorregiões em parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), onde 91 (51,1%) foram confirmadas para a variante Ômicron e 87 (48,9%) para a variante Delta.
Até a divulgação deste material, pela Agência Estadual de Notícias, o Paraná tinha 92 casos confirmados da variante Ômicron, sem registro de óbitos até o momento.