REINALDO SILVA
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Os cálculos da Copel indicam que mais de 1.000 imóveis ainda estavam sem energia elétrica ontem. Esse foi um dos efeitos do temporal que atingiu a cidade na noite de sábado (23), com ventos que passaram dos 70 quilômetros por hora. O Noroeste do Paraná foi a região mais atingida e chegou a ter 230 mil domicílios sem luz no momento de pico do vendaval, por volta das 21h daquela data. Por causa de todos os estragos provocados pela catástrofe climática, a Prefeitura decretou estado de emergência.
De acordo com a assessoria de imprensa da Copel, conforme os problemas vão sendo resolvidos e o acesso a locais antes intransitáveis se torna possível, a dimensão dos estragos se torna mais evidente. Até ontem, a conta de postes quebrados em todo o Paraná passava de 1.600 estruturas.
Uma delas foi registrada pela equipe do Diário do Noroeste na tarde de ontem, quase no cruzamento das ruas Luiz Spigolon e Serafim Afonso Costa, próximo à Praça dos Pioneiros. O poste permanecia suspenso e a via pública se mantinha interditada por motivos de segurança: havia risco de queda da rede elétrica. Ali, como em outros bairros da cidade, o fornecimento de energia ainda estava interrompido.
Pelas estimativas da Copel, ontem a Região Noroeste tinha 9.000 unidades consumidoras desligadas. Além dos 1.100 imóveis em Paranavaí, eram 1.400 em Colorado, município com um dos maiores volumes de serviços, e entre 300 e 400 domicílios em Ourizona, São Jorge do Ivaí, Itaguajé, Terra Rica, Santo Antônio do Caiuá, Paranacity, Amaporã e Tapira. Em Maringá, o número foi reduzido para 3.000.
Sanepar – A falta de energia elétrica comprometeu os sistemas de captação e abastecimento de água da Sanepar. O Noroeste do Paraná concentrou 38 localidades afetadas, entre cidades e distritos. A assessoria de imprensa informou que os reflexos do temporal se estenderam até terça-feira (26), quando a distribuição foi normalizada graças ao auxílio de caminhões-pipas e geradores.
Em Paranavaí, foram registradas algumas ocorrências, porém não causaram grandes transtornos porque as equipes da Sanepar fizeram manobras na cidade. Já, os moradores da Vila Rural Águia Dourada e dos distritos da Graciosa e Mandiocaba foram afetados por maior tempo. De acordo com o gerente regional da Sanepar, Heterley Ubaldo, nas casas com reservatório adequado o período de interrupção não se estendeu muito.
Também houve registros de problemas em Amaporã, São Carlos do Ivaí, Planaltina do Paraná, Paranacity, Cruzeiro do Sul, Guairaçá, Inajá, Mirador, Nova Aliança do Ivaí, Santo Antônio do Caiuá, São João do Caiuá e Nova Londrina. Em Querência do Norte o desabastecimento afetou o Distrito de Icatu. Todas as situações foram normalizadas.
Emergência – Ontem, a Prefeitura de Paranavaí publicou em edição extraordinária o Decreto Municipal 23.010/2021 sobre o estado de emergência, em virtude do temporal que atingiu a cidade no último final de semana.
O documento permite que as secretarias municipais façam aquisições de materiais e serviços, mediante dispensa de licitação. “Precisamos rapidamente resolver alguns problemas para que a população não seja afetada ainda mais”, diz o prefeito em exercício, Pedro Baraldi. As escolas municipais estão entre as prioridades – pelo menos 24 estabelecimentos ligados à Secretaria de Educação foram atingidos.
No poder público, o dano ao patrimônio foi estimado em R$ 582 mil, conforme levantamentos preliminares. “Temos equipes espalhadas pela cidade trabalhando de maneira incansável. Aos poucos, os problemas são resolvidos e a normalidade vai sendo reestabelecida”, afirma Baraldi.
Já em relação à rede de energia elétrica, a assessoria de imprensa da Copel explicou que sem a conclusão dos serviços é impossível estimar os prejuízos provocados pelo vendaval e pelas quedas de árvores e galhos sobre fios e postes.