Com as sucessivas quedas nas taxas de desemprego nos últimos meses, o Paraná está cada vez mais próximo do chamado pleno emprego, quando a População Economicamente Ativa (PEA) está quase toda ocupada.
De acordo com o último recorte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre de 2022 esse índice ficou em 6,8% no Estado, quatro pontos percentuais abaixo da média nacional (11,1%) e poucos pontos percentuais acima do que alguns economistas consideram dentro da margem da totalidade da população encaixada, em torno de 4% a 6% – os técnicos usam esse indicador porque há uma movimentação natural entre desligamentos e admissões, que pode levar a essa diferença.
Para se ter uma dimensão, a taxa de desocupação do Paraná no primeiro trimestre foi 10,8 pontos percentuais mais baixa do que a da Bahia, que chegou a 17,6%, a maior do País no período.
O índice de desemprego do Estado entre janeiro e março deste ano foi o melhor desde o último trimestre (outubro a dezembro) de 2015 e um dos menores de toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD-Contínua), iniciada em 2012. Foi, ainda, o mais baixo de um primeiro trimestre em sete anos.
Nos primeiros quatro anos da consulta sobre o nível de empregabilidade, a taxa de desemprego variou entre 4% e 5% no Paraná, dentro do boom das commodities, o que favoreceu principalmente os estados com grande capacidade agrícola. Logo em seguida, no entanto, na esteira da crise econômica nacional, os indicadores flutuaram em patamar bem acima, entre 8% e 9%, chegando ao pior registro daquele período: 10,4% no primeiro trimestre de 2017.
Até 2019 as taxas de desemprego continuaram elevadas, perto de dois dígitos, mas no último trimestre daquele ano, após a implementação de diversas iniciativas de empregabilidade no Paraná, como o aumento das ofertas via Agências do Trabalhador e atração de grandes investimentos, aliada a uma supersafra de grãos, o indicador caiu para 7,4%.
Com os impactos da pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho, a taxa de desocupação voltou a subir e chegou a 10,1% no final de 2020, mas os números começaram a ser revertidos já nos trimestres seguintes. Nos três primeiros meses do ano passado, o índice caiu para 9,4%, reduziu para 9% no segundo trimestre, foi a 8% no terceiro, até chegar ao resultado de 7% no fim de 2021. Agora está em 6,8%, quarto menor do País, atrás apenas de Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul.
“Conseguimos reduzir o desemprego no Paraná já em 2019, no primeiro ano da gestão. Em seguida tivemos a pandemia, mas as políticas para a atração de novas empresas, capacitação e incentivo ao primeiro emprego, além dos investimentos públicos, continuaram em andamento. Agora, o Estado se aproxima mais uma vez da posição de pleno emprego, quando quase toda a população em idade de trabalhar está inserida no mercado de trabalho. Esse é o melhor programa social que existe porque permite a independência das famílias”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Outros comparativos – O Paraná também tem um dos maiores percentuais de empregados com carteira assinada no setor privado, com 81%, atrás apenas de Santa Catarina (88,2%), São Paulo (82,4%) e Rio Grande do Sul (81,1%). Houve crescimento de 0,9 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre do ano passado, quando a taxa era de 80%.
Outro dado relevante é a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada). No País, foi de 23,2% no primeiro trimestre. O Paraná tem a terceira menor do Brasil, de 14,0%. Nesse caso também houve avanço. No quarto trimestre de 2021 a taxa era de 15,1% no Estado.
Comparativo nacional – No Brasil, a taxa de desocupação ficou em 11,1%, mesma do último trimestre de 2021, com estabilidade. Mesmo assim, é a menor para um trimestre encerrado em março desde 2016, quando também foi de 11,1%. Na série histórica, o menor indicador foi no último trimestre de 2013, com 6,3%. Desde então subiu e atingiu um pico de 13,9% no primeiro trimestre de 2017. Na pandemia, chegou a 14,9% em dois períodos, em 2020 e 2021, até voltar a baixar no final do ano passado.