Vendas do milho de inverno 2024 do Centro-Sul alcançam 14,4%
Levantamento realizado pela DATAGRO Grãos mostra que, até o dia 1º de março, a comercialização brasileira da safra 2023/24 de soja alcançou 33,2% da produção esperada, aquém dos 33,8% observados em igual período do ano passado, além de muito distante dos 62,6% do recorde da safra 2020/21 e da média dos últimos cinco anos, de 48,5%.
O avanço mensal foi de apenas 2,2 pontos percentuais, inferior aos 2,6 p.p. registrados no mês anterior e distante dos 7,2 p.p. em 2023 e da média normal, de 6,2 p.p. Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos, diz que o avanço abaixo do normal é reflexo direto da nova queda generalizada nos preços em fevereiro. “Somado ao forte recuo de janeiro, resulta em retração próxima dos 20% no ano”, ressalta. “Embora os produtores até tenham necessidade maior de venda em março para cumprir compromissos financeiros, em função dos baixos preços, a tendência é que as vendas sigam limitadas ao estritamente necessário”, complementa.
Considerando a atual estimativa de produção em 147,31 milhões de toneladas, os produtores brasileiros negociaram, até a data analisada, 48,90 mi de t de soja. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava maior em termos relativos e absolutos, chegando a 54,16 mi de t.
Safra 2024/25
Pelos mesmos motivos, as negociações da safra 2024/25 também andaram pouco no período analisado. O levantamento da DATAGRO Grãos aponta para 1,3% da expectativa de produção compromissada, salto mensal de 0,7 p.p., aquém dos 1,3 p.p. em semelhante época do ano passado e dos 2,0 p.p. da média plurianual. Dessa maneira, o fluxo está abaixo dos 3,4% compromissados em 2023 e muito distante dos 11,8% do recorde da safra 2020/21 e dos 6,7% da média plurianual.
Conforme exercício inicial realizado pela consultoria – a intenção de plantio sai em julho –, a projeção para safra 2023/4 é de 160,53 mi de t, o que representaria um crescimento de 9% ante a temporada atual.
Milho
As negociações da safra 2023/24 do milho de verão no Centro-Sul do Brasil também andaram timidamente no período analisado. O levantamento da DATAGRO Grãos aponta para 11,5% da expectativa de produção compromissada, salto mensal de 5,4 p.p., um pouco acima dos 4,0 p.p. em semelhante época do ano passado, mas inferior aos 5,8 p.p. da média plurianual. Dessa forma, a comercialização se encontra um pouco acima dos 9,5% compromissados em 2023, mas muito distante dos 32,5% do recorde da safra 2020/21 e dos 21,3% da média plurianual.
“Em números absolutos, temos vendas de 2,15 mi de t, de uma safra de 18,69 mi de t. Em 2023, nessa mesma época, tínhamos vendas de 1,92 mi de t”, comenta França Junior.
A comercialização da safra de inverno 2024 da região, estimada em 82,40 mi de t, chegou a 14,4%, contra 11,6% no levantamento anterior, 18,2% na mesma data do ano passado e média plurianual de 34,3%.