Os empresários paranaenses estão mais otimistas para 2024. Segundo a Pesquisa de Opinião do Empresário do Comércio, elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) e pelo Sebrae/PR, 77% dos empreendedores do estado acreditam que terão aumento ou estabilidade no faturamento no 1º semestre do ano.
Os entrevistados que acreditam na constância totalizam 39,8% e os que vislumbram aumento nas vendas somam 37,2%, o que corresponde a um crescimento nas expectativas favoráveis após três semestres de queda, superando o otimismo do 2º semestre de 2023, que foi de apenas 27,7%, e também do 1º semestre do ano passado, que registrou 36,1%.
Todas as atividades que compõem o setor terciário paranaense estão mais otimistas neste semestre, principalmente o setor de serviços, que passou dos 26,3% registrados no 2º semestre de 2023 para 43,9% em 2024, o que corresponde a um aumento de 66,9% na expectativa de um faturamento maior. Entre os varejistas, 31,9% possuem expectativas favoráveis e entre os empresários do trade turístico, 33,3% estão confiantes.
O coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt, enfatiza que após três semestres consecutivos de queda no levantamento, o primeiro semestre de 2024 tem expectativas favoráveis em todas as regiões do estado, principalmente em Maringá. “O setor de serviços se destacou nesta pesquisa, o que também reflete a grande quantidade de empregos gerados pelo setor no ano passado no Paraná. Também há crescimento na intenção de investimento, com aumento importante na disposição de criar vagas de trabalho, bem como na manutenção dos atuais postos. Entretanto, a contratação de mão de obra qualificada continua sendo um grande desafio para os empreendedores paranaenses”, enfatiza.
O diretor-técnico do Sebrae/PR, César Reinaldo Rissete, destaca pontos sobre as percepções de empresários com relação ao momento, presentes na pesquisa. “Vemos o crescimento em diferentes frentes em relação ao ano passado. Seja na expectativa do faturamento, na ampliação e manutenção do quadro de funcionários até a fase de investimento para ampliar os negócios. Esses pontos aliados ao fortalecimento de políticas públicas voltadas para as pequenas empresas e o estímulo ao ambiente de negócios nos leva a crer que será um ano positivo”, analisa Rissete.
Regiões – Maringá é a região do estado que concentra a maior parcela de empresários otimistas, com 40,8%, seguida por Curitiba e Região Metropolitana, com 39,5%.
Em Londrina as expectativas favoráveis somam 36,7%; em Ponta Grossa correspondem a 34,5%; na região Oeste são 31,7% e no Sudoeste, 30%.
Expectativa por porte – As empresas de médio e grande porte são as mais confiantes neste semestre, com 48,6% de expectativas favoráveis, acompanhadas pelas empresas de pequeno porte (39,3%), pelas microempresas individuais (36,8%) e pelos microempreendedores individuais (31,8%).
Principais dificuldades – Diferente dos semestres anteriores, a ênfase principal neste ano recai sobre a escassez de mão de obra qualificada, mencionada por 34,2% dos empresários. Essa preocupação tem se intensificado ao longo dos últimos períodos: no 1º semestre de 2023, 19,5% dos gestores enfrentavam dificuldades para preencher suas vagas, enquanto no 2º semestre de 2023, esse número aumentou para 26,8%.
Outras preocupações relatadas para este semestre foram a carga tributária (33,2%), instabilidade política (31,8%), clientes descapitalizados (26,9%) e instabilidade econômica (23,7%).
Investimentos – Com o crescimento do otimismo, crescem também as pretensões de investir, intenção manifestada por 42,1% dos entrevistados, superando os registros dos dois semestres de 2023.
Pela primeira vez desde que passou a ser citada na pesquisa em 2021, máquinas e equipamentos figuram como a principal área de investimento, com 38,1% das menções, seguida por investimentos em propaganda/ marketing (35,8%), reforma e modernização das instalações (35%) e capacitação da equipe (24,2%).
Quadro funcional – Com a elevação na expectativa de lucratividade, a projeção de contratação de novos funcionários também aumentou entre empresas paranaenses do setor terciário: 76,6% dos gestores afirmam que manterão ou aumentarão o quadro funcional de suas empresas.
A pesquisa registrou um crescimento significativo, de 48,2%, na expectativa de aberturas de novos postos de trabalho, que passou de 24,5% no semestre passado para 36,3% nesta primeira metade de 2024. Outro volume considerável de empresas (40,3%) pretende manter o número de colaboradores.
Todas as regiões do estado apresentam expectativas elevadas de aumento e manutenção do quadro de colaboradores, sendo que as empresas da região Oeste são as que mais pretendem realizar contratações, com 40,2%.