As oportunidades abertas com a certificação de frutas, legumes e verduras foram o centro do debate da primeira reunião de 2025 da Comissão Técnica (CT) de Hortifruticultura do Sistema FAEP, nesta terça-feira (18). O tema tem ganhado importância no Paraná especialmente a partir de um programa de certificação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), em parceria com o Sistema FAEP.
A iniciativa começou com um programa-piloto, que resultou na certificação do morango de sete propriedades rurais em cinco municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A partir desse resultado, no ano passado, a Adapar publicou a Portaria 82/2024, que estabelece os procedimentos para a certificação da produção de produtos de origem vegetal no Paraná. A regulamentação abriu precedentes para a expansão do selo para outras culturas.
“A certificação traz uma série de desafios aos produtores, que podem acessar mercados diferenciados. Essa é uma iniciativa importante e que temos que considerar dentro dos nossos modelos de produção e cadeias produtivas”, disse o presidente da CT de Hortifruticultura, Marco Antônio Machado.
Durante o encontro, a fiscal da Adapar Sabrina Jacques Farias apresentou o programa, esclarecendo os diferenciais do selo do órgão estadual e seu caráter de orientação (não de punição). “Mais que um selo, trata-se de uma chancela oficial, auditada por uma instituição com credibilidade, experiência em fiscalização de certificação, com atribuição legal para tal e profissionais capacitados para fiscalizar o que está sendo certificado”, apontou Sabrina.
O produtor de morango Claudio Assis Broto, de Almirante Tamandaré, na RMC, compartilhou sua experiência para obtenção do certificado. “Fiz parte do projeto-piloto. Desde o começo sempre contei com ajuda de um engenheiro agrônomo. A certificação veio como uma forma de melhorar ainda mais a minha produção, representando uma garantia para os clientes e para os produtores, pois fornece respaldo para comprovar que produto é de qualidade”, avaliou Broto.
Para participar do programa, o fruticultor precisa indicar um responsável técnico – com formação como engenheiro agrônomo, técnico agrícola ou similar –, que acompanhe a produção na propriedade. Esse profissional precisa fazer um curso de formação, desenvolvido pela Adapar. Paralelamente, o produtor rural também precisa passar por capacitação, concluindo quatro cursos específicos ofertados pelo Sistema FAEP, que proporcionam uma produção ambientalmente sustentável, com monitoramento constante de pragas e doenças.
CURSOS DO SISTEMA FAEP – As capacitações em questão são Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Manejo Integrado de Doenças (MID) no morango, que orientam o produtor a identificar, a partir de um conjunto de técnicas de monitoramento, insetos e moléstias que podem prejudicar as plantas. Além disso, o fruticultor também precisa passar por um curso de boas práticas e de aplicação de agrotóxicos.