*Gian Montebro
Muitos brasileiros, antes mesmo de receber o 13º salário, já planejam compras ou pagamentos de dívidas, principalmente devido ao parcelamento no cartão de crédito, no caso de contas, e nos descontos imperdíveis que a Black Friday oferece, para garantir os presentes de final de ano, por exemplo.
O melhor dos mundos é que esse valor do “salário extra” seja direcionado para investimentos, a fim de garantir algo no futuro, como um fundo reserva, comprar um bem ou ter uma vida financeira estável a longo prazo. Mas, sabemos que essa não é a realidade atual, podemos perceber pelas mais de 60 milhões de pessoas com “nome sujo” no país, de acordo com o Serasa.
Como planejar o começo do ano com o 13º?
Com o 13º salário em mãos, é recomendado começar a pensar nos “custos” iniciais do ano que está por vir. Por isso, abaixo, destaco quatro dicas para um bom planejamento financeiro para o começo de 2022, confira:
1) Pague as contas atrasadas: tente se planejar para quitar as dívidas com os valores mais altos. Assim, a “bola de neve” das contas tende a diminuir, logo, é possível começar a enxergar uma luz no fim do túnel para zerar os débitos;
2)Compre os presentes de Natal à vista: separe uma parte do 13°, negocie e pague os presentes à vista. Evite parcelar qualquer presente, isso pode ser uma armadilha;
3)Guarde dinheiro para as contas do início do ano: sabemos que todo ano é a mesma coisa, as festas mal acabam e o início do ano já vem repleto de novas contas, como IPVA, IPTU, por isso, priorize o pagamento antecipado, assim é possível garantir um desconto, evitando o desperdício de dinheiro em juros;
4) Invista uma parte do dinheiro: quando menos esperamos imprevistos acontecem, por isso, ao pensar em investir o 13º é possível se planejar e aplicar apenas uma parte do valor, seja ele qual for;
É possível “esconder” o 13º das tentações da Black Friday?
Na data dos descontos imperdíveis, no varejo físico e online, vale puxar o freio nas compras para não criar mais débitos, que possivelmente, serão mais difíceis de serem pagos.
Mas, se há um desejo muito grande por um produto ou serviço, que tem um desconto maior na Black Friday, com 50%, por exemplo, vale aproveitar a oportunidade. Pois, esse “dinheiro não gasto” do preço original, já pode ser um pontapé inicial para um investimento dentro do perfil do investidor, seja ele conservador, moderado ou agressivo.
Fundo reserva com o 13º é um bom plano?
Em um cenário em que o investidor tem as contas em dia, já é possível começar a pensar em utilizar o 13º salário para um fundo reserva. O primeiro passo é conseguir juntar o necessário para começar, com isso feito, é importante entender qual é o perfil do investidor e por quanto tempo aquela opção de investimento ou parte dele pode ficar alocado no produto escolhido.
Para os conservadores, há opção de renda fixa, que diferente do início do ano com a Selic batendo consecutivas mínimas históricas, passou a ser bem atrativa de uns meses para cá, com taxas que podem chegar entre 10% até 12% de valorização ao ano, dependendo do tempo que o dinheiro ficará alocado, quando maior o tempo, maior a taxa.
Já os que preferem correr um pouco de risco, existem excelentes opções de fundos multimercado ou fundos de ações e é claro, montar uma carteira de ações, pode ser uma boa alternativa, para aqueles que acreditam em uma recuperação da bolsa no último trimestre, afinal, começamos outubro e a bolsa até então, acumula uma perda de 8% em 2021, por exemplo.
No Brasil, sempre foi um “luxo” poder poupar, infelizmente, essa é uma realidade para poucos, principalmente em um momento como esse de inflação descontrolada. Como já falado, poupar deve ser um hábito.
Uma dica é ter uma planilha de gastos muito bem detalhada e a partir daí, procurar sempre separar 10% do salário e aprender a viver com os 90% restantes. No cenário atual, não é fácil, principalmente porque além das despesas regulares, em alguns momentos, nos deparamos com as despesas extraordinárias, mas com planejamento e disciplina, é possível ir mudando o comportamento de consumo muitas vezes desnecessário, priorizando assim poupar.