A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirma que a conclusão da Polícia Civil do Paraná sobre o assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda é “açodada e contraditória aos fatos” e que ela significa “mais um incentivo aos crimes de ódio e à violência política comandadas por Bolsonaro”.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná, o crime ocorrido no último sábado (9) em Foz do Iguaçu teve motivo torpe e, tecnicamente, não será enquadrado como crime de ódio, político ou contra o Estado democrático de Direito, por falta de elementos para isso. Arruda foi assassinado pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho.
“Ficou evidente que a Polícia Civil do Paraná não quer reconhecer que foi cometido um crime de ódio com evidente motivação política que tem que ser investigada na alçada da Justiça Federal como requisitamos à Procuradoria-Geral da República na última terça-feira”, afirma Gleisi. Na terça (12), representantes dos partidos que formam a coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregaram ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, pedidos para que sejam federalizadas as investigações do caso e dos disparos contra a caravana de Lula em 2018.
Gleisi afirma ainda que as provas colhidas pela polícia mostram que Guaranho foi até a festa de aniversário de Arruda “de caso pensado para agredir e ofender exclusivamente por motivação política”. “E mesmo assim a delegada do caso quer concluir que a motivação foi pessoal, exatamente a versão que Bolsonaro e seu vice Mourão querem impor, contra a verdade dos fatos”, diz ela.
A deputada afirma também que advogados do caso estão avaliando o que fazer diante da conclusão da polícia. O deputado estadual Arilson Chiorato, presidente estadual do PT no Paraná, diz que recebeu com indignação a conclusão do caso pela polícia e que ela “não está fazendo um trabalho por completo”. Segundo ele, o partido irá avaliar juridicamente o que pode ser feito.
A Polícia Civil do Paraná anunciou nesta sexta-feira (15) a conclusão do inquérito que investigou em menos de uma semana o assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho. A polícia admite que tudo começou com uma provocação do bolsonarista seguida de discussão por questões políticas e ideológicas. Mas diz que, para enquadrá-lo como um crime político, seriam necessários requisitos para isso, como o de tentar impedir ou dificultar outra pessoa de exercer direitos políticos.
FolhaPress