O Indicador de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) somou 43,8 pontos em março. O valor ficou 0,7 e 0,2 pontos acima do registrado em fevereiro (43,1) e em janeiro (43,6), respectivamente. Embora ainda na zona de pessimismo, abaixo dos 50 pontos -numa escala que vai até 100 -, o resultado aponta para uma melhor avaliação por parte dos entrevistados. A pesquisa é feita mensalmente pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), junto a empresário do setor.
O que ainda tem influenciado o resultado é a avaliação do empresário em relação aos últimos seis meses, o chamado indicador de condições. Neste aspecto, a pontuação total foi de 38,6 pontos. Já o indicador de expectativas, que avalia o período futuro, está em 46,4 pontos, mais próximo da faixa de otimismo. Juntos, o índice de condições e de expectativas compõem o ICEI.
Segundo a analista da Assessoria Econômica e de Crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Mari Santos, nos últimos seis meses as condições da economia brasileira não contribuíram para uma melhor percepção do cenário por parte do empresário. “Taxa de juros elevada, a desaceleração da produção industrial e a continuidade da guerra na Ucrânia, somadas a uma previsão de menor crescimento na economia mundial em 2023, contribuíram com esta visão do industrial paranaense”, explica. “São fatores internos e externos que podem ter interferido neste resultado”, completa.
Já em relação à avaliação do período futuro, ela acredita que as novas medidas anunciadas pelo Governo Federal em relação ao arcabouço fiscal, que são as novas regras que vão substituir o antigo teto de gastos, podem explicar as respostas da pesquisa. “Essa primeira sinalização do novo governo foi bem-vista pelo mercado e pelos agentes financeiros e isso aponta para uma melhora de cenário nos próximos meses. Daí a avaliação um pouco melhor do empresário com relação ao que pode impactar a economia e seus negócios nos próximos meses”, conclui Mari.
O ICEI geral sofreu uma maior influência no resultado por conta da reação positiva do indicador da construção civil, mais do que o da indústria de transformação. Este índice saiu de 51 pontos, em janeiro, para 51,9, em fevereiro. Agora em março fechou em 55 pontos, já na zona de otimismo. Já o indicador da indústria de transformação, ainda flutua na área de pessimismo, com 41,9 pontos no total. “Este comportamento é resultado da expectativa de crescimento dos investimentos em infraestrutura, conforme o ‘Novo PAC’, ainda em fase de planejamento, anunciado pelo Governo. O programa estimularia toda a cadeia produtiva ligada à indústria da construção”, justifica a analista da Fiep, Mari Santos.