De acordo com dados da pesquisa mensal da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), feita em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) recuou 5,6 pontos em outubro no Paraná, totalizando 56,8 pontos. Esta é a maior queda do ano, de um mês para outro, e ocorre após dois meses consecutivos de alta.
Para o economista da Fiep, Marcelo Alves, a diminuição da confiança pode estar associada a uma maior moderação das expectativas relativas aos próximos seis meses. Mesmo com o resultado de outubro, o empresário da indústria segue confiante. O índice de confiança permanece acima da linha divisória de 50 pontos, numa escala que vai até 100, na zona de otimismo.
O índice de expectativas, que mede a visão de futuro, recuou 6,2 pontos, saindo de 63,8 em setembro para 57,6 pontos agora. “Ao permanecer acima dos 50 pontos, o indicador continua demonstrando expectativas positivas para os próximos seis meses, mas se mostra bem mais moderado do que o registrado na pesquisa anterior”, avalia.
O índice de condições, que avalia o período dos últimos seis meses, também recuou. Caiu 4,4 pontos no período, saindo de 59,6 para 55,2 pontos. O resultado também aponta que, apesar da queda, o empresário enxerga que a situação atual da economia brasileira e das empresas é boa. “Porém, percebe-se que há uma cautela maior nessa avaliação em comparação com o estudo divulgado em setembro”, complementa o economista.
Decompondo o ICEI geral da indústria – formado pelos índices da indústria e da construção, o segundo teve leve crescimento de 1,1 ponto em relação ao mês anterior, chegando a 65,4 pontos. Para o economista da Fiep, este resultado coloca o segmento da construção bem-posicionado na zona de confiança. “Mesmo diante dos recentes aumentos da taxa básica de juros, que encarecem o crédito e que podem dificultar a aquisição de financiamentos imobiliários, o setor se mantém confiante”, justifica ele.
Já o ICEI da indústria apresentou queda de 7,7 pontos em relação ao mês anterior, caindo para 54,4 pontos. Foi o segundo menor índice no ano, melhor apenas do que o verificado em março (53,9). Alves reforça que essa redução na confiança do empresário pode estar associada à queda na produção industrial do Paraná, divulgada no início do mês pelo IBGE. “Além disso, o momento de incerteza em relação a questões de natureza econômica e política, decorrentes do cenário eleitoral, que será definido apenas em segundo turno, aumenta a dúvida. O industrial aguarda o resultado do pleito para poder tomar decisões em relação ao rumo de seus negócios”, conclui.