As fraudes estão aumentando nos últimos anos com o crescimento do acesso à tecnologia e da globalização. Apenas no primeiro semestre de 2022, foram evitados R$2,9 bilhões em ações fraudulentas, de acordo com o Mapa da Fraude da ClearSale, empresa referência em inteligência de dados com múltiplas soluções para prevenção a riscos. E em períodos nos quais as vendas tendem a disparar, como Black Friday e Natal, os golpistas também se articulam para aumentar o seu lucro por meio de golpes cibernéticos.
O fato é que os golpistas estão cada vez mais criativos e com a chegada do 5G no país, aumenta a tendência de golpes classificados como Engenharia Social, no qual o fraudador faz manipulação psicológica de pessoas para a execução de ações ou para a divulgação de informações confidenciais. Além desse modo operacional, os cibercriminosos devem apostar cada vez mais no uso da tecnologia para burlar sistemas. Veja, abaixo, os principais golpes cibernéticos tendências para 2023 e como evitá-los:
Mercado Pessoa Jurídica – Uma das fraudes mais comuns é o uso de empresas falsas para tentar obter dados pessoais ou financeiros. Não à toa, o período pós pandemia da Covid-19 registrou um aumento de 43% em golpes envolvendo empresas, de acordo com dados da plataforma Business Trust, solução inteligente para análise de risco CNPJ, do hub de inteligência da ClearSale.
Neste tipo de ação criminosa, os golpistas geralmente se passam por instituições legítimas, como bancos ou lojas e oferecem produtos ou serviços atrativos. Além de buscar coletar dados confidenciais do consumidor para aplicar outras fraudes.
“Neste caso, é sempre importante pesquisar a credibilidade da empresa ou loja antes de fornecer dados ou fazer pagamentos”, afirma Marcelo Queiroz, head de estratégia de mercado da ClearSale.
Conta Laranja – Com a digitalização do mercado financeiro nos últimos anos, os fraudadores também levantaram novas formas de burlar o sistema, principalmente em aplicativos com menor atrito, ou seja, poucas etapas de segurança. Nos últimos meses, o termo Conta Laranja passou a ser destaque no mercado financeiro e consiste em criar contas em redes bancárias com dados roubados, em nome de terceiros, para uso exclusivo de fins criminosos, seja receber e movimentar dinheiro oriundo de fraudes ou para servir como base para outros golpes.
“Muitas vezes, o próprio golpista oferece dinheiro para recompensar os dados do consumidor, mas o golpe é muito mais sério. Por isso, indico sempre para o consumidor ficar atento quando alguém oferecer descontos ou dinheiro para ter acesso aos dados confidenciais”, comenta o executivo.
Mercado de Criptomoeda – O mercado de criptomoeda ainda carece de regulamentações e, por isso, fica à mercê dos fraudadores que encontram facilidade em aplicar os golpes neste segmento. Além disso, com o aumento do número de investidores no mercado financeiro, também cresceu o número de casos de fraude.
Em golpes no mercado de criptomoeda, os investidores são enganados com promessas de altos retornos financeiros, o que acaba levando à perda de todo o seu capital investido. Uma das principais fraudes relacionadas às criptomoedas é o esquema “Ponzi”, onde as pessoas são induzidas a investir em um esquema fraudulento que promete altos retornos.
Segundo Marcelo Queiroz o investidor deve sempre desconfiar da garantia de altos retornos nos investimentos. “É importante não fornecer dados para pessoas desconhecidas e, inclusive, fechar negócio apenas com corretoras de sua confiança”, explica.
Pagamentos com Pix – Por fim, outra fraude que tem sido cada vez mais comum é o golpe do Pix. Não é novidade que o meio de pagamento é eficaz e prático, facilitando a vida de milhares de brasileiros. Mas, também, se tornou um dos principais alvos dos golpistas.
Os golpes aplicados via Pix consistem no envio de pagamentos falsos para as vítimas, geralmente utilizando meios eletrônicos, como aplicativos de mensagens como o Whatsapp ou o Messenger. Os criminosos costumam se passar por empresários ou funcionários de organizações legítimas e oferecem pagamentos pelo serviço prestado.
“O maior problema neste método, é que o cliente não tem como recorrer ao dinheiro perdido como, por exemplo, no cartão de crédito em que a operadora pode ajudar. Por isso, sugiro que os consumidores façam pagamentos via Pix apenas para empresas e pessoas de sua confiança”, finaliza Queiroz.