Domingo, 18 de maio, é o dia nacional de combate às diversas formas de abuso e exploração sexual de menores de idade, data oportuna para intensificar o debate sobre o tema
REINALDO SILVA
Da Redação
Gérbera é uma flor ornamental que se destaca pelas variações de cores vibrantes. Simboliza a pureza, a inocência e a alegria, por isso foi escolhida para estampar a campanha nacional de combate ao abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes, sendo 18 de maio a data estabelecida para mobilizar a sociedade e intensificar as ações de conscientização sobre o tema.
Aproveitando a oportunidade – domingo é 18 de maio –, o Diário do Noroeste conversou com a coordenadora do Conselho Tutelar de Paranavaí, Cláudia Pícoli, que explicou: “Existem muitos tipos de violência”. Além do abuso e da exploração sexual, há agressões físicas e psicológicas, trabalho infantil e negligência, só para citar alguns exemplos.

Foto: Ivan Fuquini
“É preciso denunciar”, enfatizou a coordenadora. Não é preciso ter a comprovação, a simples suspeita serve como base para informar as autoridades competentes, responsáveis por verificar a veracidade. Em Paranavaí, entram na lista como canais de comunicação o Conselho Tutelar, o Disque Direitos Humanos, o Ministério Público, a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Guarda Municipal (veja lista de contatos a seguir).
Cláudia Pícoli ensinou como perceber sinais. Gritos e crises de choro constantes, mudanças de comportamento, isolamento social e marcas físicas, como hematomas, podem resultar de situações de violência. Vizinhos, familiares, professores e até mesmo crianças e adolescentes podem denunciar.
Quando se trata de abuso ou exploração sexual, 80% dos casos são registrados dentro de casa, praticados por pessoas próximas, na maioria das vezes, homens – pais, padrastos, tios, primos, avós, vizinhos, amigos da família. Em 2024, o Conselho Tutelar de Paranavaí somou 125 notificações, média superior a 10 por mês. Em 2025, de janeiro a abril, foram 22.
A coordenadora disse que a realidade é ainda mais cruel: nem todos denunciam, por isso há subnotificação, ou seja, os dados podem ser mais alarmantes do que parece. Ela comparou com números nacionais, que apontam quatro estupros de meninas de até 13 anos de idade a cada hora no Brasil.
Cláudia Pícoli defendeu que o assunto seja amplamente discutido não apenas dentro de casa, mas, principalmente, nas escolas – durante as aulas, em palestras, com ações de conscientização. Essas iniciativas podem gerar identificação com situações vividas pelas crianças ou pelos adolescentes, que se sentem seguros para falar aos adultos a respeito da violência sofrida.
Serviço – Em Paranavaí, as denúncias, mesmo diante de suspeitas e sem comprovação, podem ser feitas aos seguintes órgãos:
Conselho Tutelar: 3902-1123 (telefone e WhatsApp)/99133-0702 (plantão 24 horas)
Disque Direitos Humanos: 100 (telefone) e (61) 9611-0100 (WhatsApp)
Ministério Público: 3423-0805
Polícia Militar: 190 (telefone)
Polícia Civil: 3421-1550
Guarda Municipal: 153 (telefone).