A confiança do consumidor brasileiro apresentou leve melhora em fevereiro. O Índice Nacional de Confiança (INC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), registrou 76 pontos, um a mais que em janeiro e quatro pontos acima do registrado em outubro. A pesquisa ouviu 1.500 entrevistados de todas as regiões do Brasil e é medida de 0 a 200 pontos. Quando o indicador está abaixo de 100, o patamar é considerado pessimista e, a partir de 101, otimista.
O Nordeste é a região mais pessimista, com 63 pontos, e o Norte do País é o mais otimista, com 91. Sul, Sudeste e Centro-oeste registraram 75, 81 e 85 respectivamente.
As classes D e E se mantêm no mesmo patamar, com 51 pontos, voltando ao mesmo nível de outubro de 2021 e um ponto a menos que o registrado em janeiro deste ano. As C e AB estão mais confiantes, com 86 e 83 pontos.
Um dos problemas surgem quando os pesquisadores abordaram a questão do trabalho. Foi perguntado para as pessoas compararem a situação de momento com seis meses atrás e dizerem se elas se sentem mais ou menos confiantes no que se refere à segurança de seus empregos, dos de outras pessoas da família ou de conhecidos. No total, 34% estão pessimistas em relação a esse assunto.
Ainda pensando nos próximos seis meses, 54% dos consumidores acreditam em um cenário muito melhor ou um pouco melhor. Além disso ainda houve 26% que responderam que a situação ficará mais ou menos igual. Os pessimistas, que acham que tudo estará muito pior ou pior, chegaram a 11% dos entrevistados; ainda há 9% que afirmaram não saber o que vai acontecer.
Os planos de comprar bens de maior valor, como carro ou casa, comparado com seis meses atrás, ainda não deverá sair do papel desta vez para a maioria dos brasileiros. Isso porque os mais confiantes na situação financeira atual só chegam a 30%.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, analisa que o indicador de fevereiro aponta para uma tendência de recuperação futura. “Os resultados estão baseados em uma melhora nas expectativas com relação aos meses seguintes. Nesse momento, a maior cautela dos consumidores se dá pela menor segurança no emprego e percepção negativa sobre a situação financeira atual”, disse.