JULIO WIZIACK E DIEGO FELIX
DA FOLHAPRESS
O Brasil andou de lado desde abril do ano passado. O consumo de energia elétrica, um dos principais indicadores do crescimento do PIB, ficou estagnado, segundo dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Depois de dois meses consecutivos de avanço, o país encerrou abril com estabilidade no consumo em relação ao mesmo período de 2022 -demanda de 65.265 megawatts médios.
Desse total, 24.214 MW médios foram utilizados pelo mercado livre, que fornece eletricidade para a indústria e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo.
O volume representou um leve aumento de 0,4% frente a igual período do ano passado. O restante, 41.051 megawatts médios, foi direcionado ao mercado regulado, no qual estão as residências e pequenos comércios, segmento que teve queda de 0,2% no comparativo anual.
Na avaliação dos 15 setores da economia monitorados pela Câmara de Comercialização, quase todos eles registraram consumo menor, exceto empresas do ramo metalúrgico -que estão de olho na retomada da economia chinesa-, da indústria alimentícia, impulsionada pelas exportações, e do comércio, que foi beneficiado pelo baixo avanço da inflação.
O setor de serviços recuou quase 10% no consumo de energia, seguido pelo setor de madeira, papel e celulose (5,7% de queda), têxteis (4,5%) e minerais não-metálicos (4%).
Ainda segundo a CCEE, parte desse resultado se explica pela geração distribuída, consumidores que usam painéis solares.
Com esse tipo de sistema os consumidores contam com produção própria de energia em boa parte do dia e dependem menos do Sistema Interligado Nacional.