A ministra do Esporte, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser está viajando o mundo buscando apoio para o Brasil ser sede do Campeonato Mundial de Futebol Feminino em 2027. A pergunta dos milhões de euros, é sobre a necessidade de sediar um mega evento esportivo novamente enquanto temos outras prioridades mais urgentes no mundo esportivo e na economia como um todo. Quem não se lembra da fala do ex-jogador, hoje empresário multimilionário Ronaldo Nazário «Fenômeno», quando ele afirmou: (…) o Brasil não precisa de hospitais e sim de estádios. Vimos com o número de mortos, na pandemia de Covid, o quanto os hospitais e a ciência são imprescindíveis.
Mas vamos falar de legado do Campeonato Mundial 2014 e dos Jogos Olímpicos, 2016, realizados no Brasil e do número de crianças fora da escola e em situação de extrema pobreza.
Vejamos:
Gastos com JO Rio 2016
R$ 38.258,6 bilhões. (41 modalidades olímpicas e outras 23 paralímpicas). Fonte: Google.com (2023) |
Gastos com Copa do Mundo Rio 2014
R$ 31,2 bilhões (1 esporte) devem no mínimo R$ 1,5 bilhão em financiamento pelas obras. Fonte: Google.com (2023) |
Gastos com hospitais Pandemia COVID
Mais de R$ 14 bilhões na habilitação de mais de 35 mil leitos de UTI Covid-19. Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br (2023) |
Agora veremos alguns dados das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade (extrema pobreza):
Segundo a Fundação Abrinq, (2021), há informes do grupo etário compreendido entre de 0 a 14 anos, no Brasil, existindo 9,1 milhões de crianças e adolescentes vivendo em situação domiciliar de extrema pobreza, com renda per capita familiar de um quarto do salário mínimo ou menos; e há 9,7 milhões, em situação de pobreza, cuja renda per capita é maior de um quarto do salário mínimo.
Entre 2015 e 2018, a renda média caiu 3,44%. Esta perda foi mais forte entre os jovens (-20,1% entre 15 e 19 anos e -13,94% entre 20 e 24 anos), entre pessoas com ensino médio incompleto (-11,65%), entre os responsáveis dos domicílios (-10,38%) e regiões Norte (-6.08%) e Nordeste (-6.43%). (Fonte: https://portal.fgv.br, acesso em 21/01/2023).
A resposta parece estar mais clara na mente dos nossos leitores:
Copa do Mundo de Futebol Feminino ou qualquer outro grande evento só favorece aos megaempresários e a meia dúzia de aproveitadores, enquanto o legado para nosso povo é inexistente, ou pior sobra uma carga tributária monstruosa.