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Foto: IDR-PR
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AGRICULTURA

Couro de sapo pode comprometer a cadeia produtiva da mandioca, alertam IDR-PR e Embrapa

Doença reduz a produtividade e o teor de amido da raiz, afetando não só os resultados no campo, mas também a produção da indústria de transformação

REINALDO SILVA

Da Redação

O cultivo de raiz de mandioca voltada às produções industriais de fécula e de farinha é uma das principais atividades agropecuárias de Paranavaí. De acordo com levantamento preliminar da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), em 2024 o Valor Bruto de Produção (VBP) alcançou R$ 48.848.250, sexto melhor desempenho no município, atrás apenas da laranja, do frango de corte, da cana-de-açúcar, do boi gordo e do leite.

O VBP é um índice de frequência anual, calculado com base na produção e nos preços recebidos pelos produtores. Inclui itens da agricultura, da pecuária, da silvicultura e do extrativismo vegetal, para citar alguns exemplos.

Diante da importância da cadeia produtiva de mandioca para a economia de Paranavaí, cresce a preocupação com a incidência de anomalias e pragas que possam afetar a cultura. É o caso da doença conhecida como couro de sapo, que reduz de forma significativa a produtividade e a quantidade de amido nas raízes. Em alguns casos, provoca podridão e eleva o volume de perdas.

Com a qualidade do amido comprometida, a indústria perde na quantidade extraída da raiz. “Em função da dificuldade de descascamento, o amido extraído tende a ficar com a coloração mais escura e com pontuações enegrecidas. Além disso, a manutenção da casa pode acabar levando a outras sujidades, que podem contaminar ou reduzir a qualidade da maniva”, explicou Saulo de Oliveira, pesquisador em fitopatologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – Mandioca.

Ele confirmou que há registros de casos na Região Noroeste, mas não há catalogação da incidência. “Sabemos em função da notificação de alguns produtores e indústrias, que nos enviam material ou fotografias para ajudar na identificação.” Neste ano, o pesquisador da Embrapa Mandioca recebeu pelo menos uma ligação para tratar sobre o tema. “Com base na análise das imagens [enviadas], foi possível confirmar a ocorrência de couro de sapo.”

O engenheiro agrônomo e pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Mário Takahashi foi mais cauteloso ao falar da presença da doença. “Não podemos afirmar categoricamente.” Segundo ele, há cinco anos o IDR-PR e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) colheram amostras em diferentes propriedades. A maioria das análises não foi conclusiva, mas a presença da doença foi identificada. De lá para cá, não houve novas pesquisas.

Mário Takahashi orientou os produtores a verificarem raízes em diferentes pontos da propriedade
Foto: Ivan Fuquini

A identificação dos sintomas da couro de sapo depende de análise visual após a colheita, pois a superfície aérea da planta não é afetada. A casca se torna mais grossa e rugosa com a formação de sulcos e ganha tons amadeirados semelhantes aos de troncos de árvores. A espessura mais densa dificulta o processo de descascamento, problema que se repete também na segunda película, que se torna mais opaca. Outro problema comum é o anelamento da raiz.

Para o pesquisador da Embrapa Mandioca, o descompasso entre a retirada das hastes e a colheita das raízes gera “risco elevado de expansão da doença, principalmente por não haver expressão de sintomas na parte aérea”.

Oliveira detalhou: “Para plantios de um ciclo e meio e dois ciclos, é comum colher as manivas e fazer o plantio, mas [como] a doença só é identificada na colheita, isso pode promover a expansão.” Além disso, “o plantio mecanizado pode ajudar na transmissão do vírus, pois as plantadeiras fazem os cortes das manivas, que se estiverem infectadas, podem ajudar a transmitir para novas plantas”.

Ao identificar raízes doentes, o produtor deve evitar o uso das ramas afetadas para replantio e dar outra destinação para a parte aérea. O pesquisador da Embrapa sugeriu duas possibilidades: a destruição completa por incineração ou o aproveitamento como alimentação animal.

O engenheiro agrônomo do IDR-PR orientou os produtores a fazer o arranquio de raiz em diferentes pontos da propriedade antes de coletar as manivas para o replantio. “Se perceber [características da couro de sapo], não use o material.”

Em caso de dúvidas ao detectar sintomas parecidos com os da doença, é possível entrar em contato com o núcleo de pesquisas do IDR-PR em Paranavaí, ligando para (44) 3421-2808/2809/2810.

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