REINALDO SILVA
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Os níveis dos mananciais que abastecem os municípios do Noroeste do Estado estão 40% a 45% abaixo do normal, resultado da crise hídrica mais intensa da história do Paraná. Os longos períodos de estiagem se arrastam desde meados de 2019, com pequenos intervalos, insuficientes para sanar o problema. Diante do quadro preocupante, o gerente regional da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Heterley Ubaldo, foi contundente: “É preciso fazer uso racional da água”. Economizar é a palavra de ordem.
Por enquanto, a região não enfrenta desabastecimento e não foi necessário adotar o sistema de rodízio, quando a distribuição é intercalada por bairros da cidade. Mesmo assim, a possibilidade não é descartada, especialmente nos locais onde a captação é feita em poços artesianos. Conforme explica Ubaldo, o volume dos lençóis freáticos pode cair rapidamente, “de um dia para ou outro”, comprometendo toda a rede de abastecimento.
Em Paranavaí, a água que chega à maior parte dos consumidores sai dos ribeirões Arara e Floresta, mas também há poços de captação em diferentes áreas da cidade, por exemplo, nos jardins São Jorge, Santos Dumont e Oásis e no Distrito de Sumaré. Considerando as duas modalidades, são aproximadamente 37 mil unidades.
Consumo – O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) prevê chuva para sexta-feira e sábado em Paranavaí, mas o volume não será suficiente para garantir a recuperação dos mananciais. De acordo com Ubaldo, trata-se de um processo que requer mais tempo e maiores índices pluviométricos.
Enquanto os efeitos da estiagem se prolongam, é necessário baixar o consumo. A solução é adotar medidas diárias de economia, por exemplo, reduzir o tempo de banho; desligar a torneira durante a escovação dos dentes ou usar um copo para enxágue; instalar um redutor de água nas torneiras, anéis que controlam o volume dispensado; evitar a lavagem de veículos; não utilizar jatos de água de mangueiras para varrer a calçada; e ficar atento aos vazamentos.
No Paraná – Até ontem, 18 municípios paranaenses tinham adotado o rodízio de água, sendo 14 na Grande Curitiba, inclusive a Capital, Santo Antônio do Sudoeste, Pranchita, Jandaia do Sul e Jardim Alegre. Na lista de cidades com risco de desabastecimento estavam, também ontem, Carlópolis, Cascavel, Goioerê, Ibaiti, Iretama, Jacarezinho, Medianeira, Quatiguá, Santo Antônio da Platina e Siqueira Campos.
No dia 5 de agosto, o governador Carlos Massa Ratinho Junior decretou situação de emergência hídrica por 90 dias em todo o Paraná, o terceiro desde o ano passado. O objetivo é minimizar os impactos da falta de chuvas. O texto autoriza as empresas de saneamento a adotarem medidas extraordinárias, priorizando o uso da água para o abastecimento da população.