O envelhecimento da população traz uma série de desafios e necessidades específicas para a saúde dos idosos. Segundo a Dra. Soraia Martos, médica da família e comunidade, especializada em geriatria, os maiores obstáculos enfrentados por eles estão relacionados às limitações físicas e neurológicas, que são consequências naturais do avanço da idade. Essas limitações muitas vezes impedem que os idosos cuidem de si mesmos, levando à dependência de familiares ou cuidadores.
“Por exemplo, nem todos os pacientes idosos estão aptos a dirigir devido à diminuição da saúde visual e dos reflexos, necessitando do auxílio de familiares para consultas médicas, fisioterapia e outras atividades preventivas”, explica a Dra. Soraia. Além disso, com o avanço da idade aumenta-se a probabilidade de desenvolvimento de doenças crônicas como hipertensão, diabetes e limitações osteoarticulares.
Os cuidados geriátricos são fundamentais e vão além do tratamento de doenças já existentes. Dra. Soraia enfatiza que esses cuidados também desempenham um papel importante na orientação e acolhimento dos idosos, visando reduzir os fatores de risco associados a doenças comuns nessa faixa etária e promovendo uma velhice com saúde e qualidade de vida. “Os cuidados com a saúde e bons hábitos são importantes para todas as gerações, mas, no caso dos idosos, buscam proporcionar uma vida mais saudável e feliz”, afirma a médica.
A medicina preventiva é uma aliada importante para a saúde dos idosos, buscando reduzir os impactos das enfermidades e evitar o surgimento de doenças comuns com o envelhecimento. Dra. Soraia destaca que essa prática possibilita o controle das causas de morbidade e mortalidade, além de preservar as funções orgânicas e a qualidade de vida. “A medicina preventiva inclui avaliação clínica periódica, prática de atividade física, cuidado com a alimentação e estado nutricional, socialização, controle do tabagismo e alcoolismo, prevenção da osteoporose e a presença da família”, explica.
Os familiares desempenham um papel essencial no cuidado e suporte aos idosos, devendo estar atentos a sinais de alerta como mudanças comportamentais, lapsos de memória, quedas frequentes, insônia ou sonolência excessiva, incontinência urinária, recusa alimentar e perda de peso. “Todas essas situações podem estar relacionadas com problemas de saúde que, quando detectados precocemente, têm tratamento e evitam a progressão para situações mais complicadas”, ressalta a médica.
Além dos cuidados físicos, a saúde mental dos idosos também é uma preocupação importante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é um estado de bem-estar emocional no qual o indivíduo consegue desenvolver suas competências, atingir seus objetivos e gerenciar o estresse e emoções negativas. Para os idosos, isso inclui cuidados específicos como socialização e acesso a oportunidades. “Os idosos querem aprender coisas novas, fazer novas amizades, ter boas experiências e sonhar. A dificuldade de inclusão pode levar à depressão e sentimentos de solidão e abandono”, alerta a médica.
Para promover uma velhice saudável e feliz, é essencial investir em cuidados geriátricos especializados, medicina preventiva e no papel da família como suporte fundamental. Com atenção e suporte adequados, é possível enfrentar os desafios do envelhecimento de forma digna e com qualidade de vida, garantindo aos idosos uma fase da vida repleta de bem-estar e satisfação.
Dra. Soraia Martos – CRM-PR: 36.231
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