Ela faz questão da falar o nome completo: Maria Luísa Romão Delatorre Fortunato. Sorri e repete, para não haver dúvidas. A menina de 5 anos é o presente que a vida trouxe para o casal Cristina e Edson, de Loanda, no Noroeste do Paraná.
A festa de aniversário teve como tema a animação Frozen, uma produção da Disney sobre a trajetória de Anna, que parte em uma aventura perigosa pelas montanhas de gelo em busca da irmã, a rainha Elsa. Juntas, elas devem pôr fim ao inverno eterno que está provocando o congelamento do reino.
A jornada da personagem é inspiradora, pois ela se mantém firme, insiste, persiste. Desistir não é uma opção para Anna.
Assim também foi a caminhada de Cristina e Edson. Eles se conheceram em 1996 e se casaram oito anos depois, em 2004. Durante todo esse tempo, sonhavam em ter filhos e formar uma grande família.
As tentativas de engravidar não tiveram sucesso, nem mesmo quando os dois recorreram às técnicas de fertilização in vitro. Decidiram, então, trilhar o caminho da adoção. A ideia ganhou o coração de Cristina e Edson, e eles entraram na lista de espera.
O processo árduo exigiu grande preparação do casal.
“Tudo era muito novo para nós, assustou bastante”, conta Cristina.
Encontraram a Manu, uma criança de 1 ano de idade. Ali começava a realização do sonho, mas diferentes percalços judiciais interromperam a felicidade do casal. Depois de um ano e meio, precisaram abrir mão da menina.
Mais uma vez Cristina viu a maternidade se distanciar. Sentiu-se desencorajada, quis desistir. Olhava para o próprio reflexo no espelho e não enxergava o brilho que antes iluminava seus caminhos. Jamais conseguiria ser mãe?
Desde o início, ela e o marido sabiam que a jornada seria longa, tortuosa, com muitos obstáculos. Vieram outras tentativas de engravidar, de novo sem sucesso. Parecia ser o fim, mas o casal se manteve firme no propósito e, da mesma forma que na história ficcional de Anna e Elsa, Cristina e Edson reavivaram a esperança e se cadastraram no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento.
A fé foi a fortaleza dos dois. Em pouco tempo receberam a ligação que tanto aguardavam. Em Campina da Lagoa (PR), uma menina de seis meses esperava por uma família e um lar que a acolhesse. Seguiram até lá.
Edson relembra emocionado.
“Quando a Cristina viu a Maria Luísa, disse: ‘Quanta falta você me fez’. Aquele não foi como o primeiro encontro, mas um reencontro de almas.” A mãe complementa: “Deus caprichou muito”.
Do primeiro encontro ao fim do processo de adoção foram menos de 20 dias. Maria Luísa Romão Delatorre Fortunato chegou à casa de Cristina e Edson com 7 meses de vida. E lá se vão cinco anos de convivência, de entrega, de amor.
“Superei tudo aquilo e descobri que ser mãe é mais do que imaginava. Essa sempre foi minha missão”, diz Cristina. O marido reforça: “Desde que a Maria Luísa chegou, ela é outra pessoa. Nossa filha trouxe vida nova”.
A menina se ajeita entre os pais. Ou deita na cama e faz uma ou outra pose. Ou corre pelo quarto, brinca, se diverte. Está feliz.
Para Cristina, ainda há espaço para mais, ainda dá tempo de construir uma grande família. Ela e o marido estão novamente na fila para adoção. Esperam ansiosos.