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ALERTA

Delegado-chefe da Polícia Civil detalha golpe do falso advogado e ensina como evitar ser vítima

REINALDO SILVA

Da Redação

O estelionatário entra no site da Justiça, faz a consulta pública e localiza um processo no qual a vítima demanda determinado direito com ressarcimento em dinheiro. É possível acessar os dados da pessoa e do advogado que responde pelo caso.

De acordo com o delegado-chefe da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Luiz Carlos Mânica, assim começa um crime que tem crescido de maneira preocupante, o golpe do falso advogado.

Com as informações em mãos, o estelionatário parte para a segunda etapa. Entra em contato com a vítima por mensagem de texto, utilizando logotipo parecido com o do escritório de advocacia, facilmente encontrado nas redes sociais.

O criminoso não se identifica necessariamente como advogado; pode dizer que é a secretária do escritório. “[Diz] que o doutor pediu para entrar em contato e, se [a vítima] puder fazer o Pix ou o depósito o mais rápido possível, vai receber o valor da ação.”

Geralmente isso acontece na sexta-feira. A mensagem do estelionatário destaca que se a pessoa fizer o depósito no mesmo dia receberá a cifra pedida em julgamento na segunda-feira seguinte.

Mânica exemplifica: “Saiu a indenização no valor de R$ 120 mil, mas a senhora tem que fazer um depósito de custas de R$ 20 mil para a liberação do valor. Segunda-feira o doutor já saca os R$ 100 mil restantes e deposita na sua conta a outra parcela devida, que vai dar R$ 89.990”.

A avaliação do delegado-chefe da 9ª SDP é que se trata de uma estratégia bem elaborada e que funciona principalmente com pessoas mais vulneráveis e acima de 60 anos de idade.

Depois de um, dois, três anos de espera, a vítima está ansiosa para receber o dinheiro a que tem direito. Quando lê a mensagem de texto, se anima e faz o julgamento errado sobre a veracidade do conteúdo. “Acaba fazendo esse depósito, muitas vezes retirando de uma economia, da poupança”, lamenta Mânica.

PREVENÇÃO

O delegado-chefe da 9ª SDP dá dicas para fugir do golpe do falso advogado. A primeira delas é entrar em contato com o escritório de advocacia, seja pessoalmente, seja ligando para o telefone fixo da empresa – e não para o número do WhatsApp, usado pelo estelionatário.

Se a vítima morar em outra cidade e tiver dificuldade de se dirigir até o escritório, uma possibilidade é pedir que alguém de confiança faça a checagem pessoalmente.

A orientação é desconfiar. “Acreditar na mensagem é caminho para cair no golpe.”

ATUAÇÃO POLICIAL

Mânica aponta a importância de os advogados citados pelos estelionatários durante a prática criminosa procurarem a Polícia Civil para o registro do boletim de ocorrência. É fundamental que apresentem mensagens de eventuais vítimas, assim a PC poderá iniciar a investigação, buscando identificar o cadastro do aparelho celular e, consequentemente, o golpista.

As tentativas nem sempre têm resultados positivos. “É uma investigação complexa. Muitas vezes é difícil de chegar ao estelionatário porque são chips de celular comprados com créditos mínimos, e esses chips não são cadastrados nas telefônicas. [O golpista] usa apenas para manter contato com a vítima”, diz.

A identificação dos estelionatários, nesse e em outros golpes aplicados por telefone celular, seria mais fácil se houvesse legislação que obrigasse o cadastramento de qualquer chip vendido no Brasil, independentemente do preço. “Pega o RG, faz uma foto e põe no cadastro. Pronto. A pessoa é responsável por aquele chip”, conclui Mânica.

Anderson Donizete dos Santos fala da importância de comunicar o golpe à OAB
Foto: Arquivo DN

OAB

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção Paranavaí, Anderson Donizete dos Santos, informou que mais de 70 escritórios de advocacia de Paranavaí e região abriram denúncias em razão de crimes como esse.

Além de fazer o boletim de ocorrência na delegacia, é importante que os profissionais informem a OAB sobre a situação, utilizando o canal de comunicação denuncie.oabpr.org.br, criado exclusivamente para essa finalidade.

Uma sugestão feita pelo presidente da OAB Paranavaí é que advogado e cliente definam um canal específico de comunicação, seja um número de telefone fixo ou móvel, seja um e-mail. Essa estratégia evita o desencontro de informações e dá mais segurança aos dois.

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