REINALDO SILVA
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Os princípios cristãos motivam Deltan Dallagnol, pré-candidato a deputado federal pelo Podemos. É a partir deles que o ex-procurador da República tem moldado o discurso contra a corrupção, em defesa da ordem e do respeito às leis e a favor da família como instituição que dá base para a sociedade.
Dallagnol esteve em Paranavaí nesta terça-feira (21) e conversou com empresários e pastores evangélicos. Antes, concedeu entrevista ao Diário do Noroeste e defendeu a viabilidade de seu nome para a Câmara dos Deputados. Acredita que a mudança do sistema político precisa partir de dentro e diz estar habilitado para ser o representante da população nessa tarefa.
O pré-candidato apresentou o projeto “200+”, uma ferramenta digital que tem como objetivo apresentar à sociedade parlamentares que defendam três pontos básicos: combate à corrupção, redução ou extinção do fundo eleitoral e preparação política.
O nome da iniciativa, “200+”, faz alusão ao número mínimo de políticos que Dallagnol considera necessário para transformar a dinâmica do Congresso Nacional. Ao todo, o Brasil tem 594 parlamentares, sendo 81 senadores e 513 deputados federais.
O site estará disponível para consulta a partir de agosto.
Com a mesma proposta, o pré-candidato do Podemos fala em trazer para o Paraná o “20+”, apontando a necessidade de ter mais de 20 deputados estaduais que não sejam investigados por corrupção e que estejam dispostos a estudar políticas públicas de maneira continuada, além de assumir o compromisso com a transparência e a fiscalização. A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) reúne 54 parlamentares.
Lava Jato – Deltan Dallagnol ganhou notoriedade ao liderar a força-tarefa da Operação Lava Jato, que teve início em 2014. As investigações de lavagem de dinheiro em um posto de combustíveis levaram a esquemas de desvio de verbas públicas em contratos com grandes empreiteiras.
O juiz responsável por julgar os casos de corrupção era Sergio Moro, que também ensaia participação na corrida por uma cadeira na Câmara dos Deputados. Sobre a possível disputa com Moro, Dallagnol garante que não haveria concorrência, mas convergência de ideias para mudar o país.
Outras bandeiras – Apesar de pautar a pré-candidatura no discurso anticorrupção, o ex-procurador da República defende outras bandeiras. Cita como exemplo a criação de políticas voltadas para as pessoas autistas, crianças e segurança pública.
Dallagnol aponta a necessidade de investimentos em dois setores primordiais para o desenvolvimento do Brasil: infraestrutura e educação, especificamente nas etapas básicas e de formação técnica.
O pré-candidato também defende reformas administrativa e tributária, com redução de juros e condições para o fortalecimento da classe empresarial, que gera emprego e renda e fortalece a economia nacional.
Governo Federal – Sobre o desempenho do presidente Jair Messias Bolsonaro e sua equipe, Dallagnol resume: “O Governo Federal tem pautas que eu concordo, como o respeito à vida e à liberdade e o combate à pedofilia e à criminalidade”.
Ao mesmo tempo, falha nas ações contra a corrupção. “Esperávamos que apoiasse mais firmemente o fim do foro privilegiado e a condenação em segunda instância”, diz, referindo-se à antecipação dos efeitos do chamado trânsito em julgado, ou seja, a sentença da qual não se pode mais recorrer.