Companheiros de quatro patas também são bem-vindos nos ônibus regulares de viagem, desde que os tutores sigam as regras regionais do setor e da viação escolhida
O Brasil tem quase 150 milhões de animais de estimação. Dentre eles, são mais de 58 milhões de cães e aproximadamente 27 milhões de gatos. Os dados são do censo 2021 realizado pelo Instituto Pet Brasil (IPB), entidade criada para fomentar o setor de produtos e serviços para animais de estimação — que ainda oferece a emissão gratuita do RG Pet.
No Brasil, as regras para viajar de ônibus com pets têm adaptações regionais e podem variar de acordo com o estado de origem e destino do passageiro. De acordo com Antonio Laskos, diretor executivo do SETPESP (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo), a principal recomendação é que o tutor consulte as empresas que atuam no trajeto desejado e peça informações detalhadas sobre as exigências da viação escolhida. O executivo alerta que uma portaria da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) determina que cada veículo transporte dois pets (cães ou gatos) de até 8 quilos por viagem, no máximo, sendo que cada passageiro pode levar apenas um.
“Para evitar imprevistos, é fundamental que a empresa responsável pelo ônibus tenha ciência e controle prévio da quantidade de passageiros que pretende embarcar com um animal de estimação. A única exceção está relacionada ao embarque do cão-guia, que não está incluso neste limite e tampouco precisa de caixa de transporte”, explica Laskos. Mesmo assim, seja a serviço ou em treinamento, o cão-guia precisa estar com todas as vacinas em dia e o tutor ainda tem de apresentar a carteira e a plaqueta de identificação, que são emitidas pelo centro de treinamento ou instrutor regulamentados.
10 dicas do SETPESP para viajar com pets
- Ônibus legalizado – Para segurança sua e de seu pet, sempre compre passagens nas empresas credenciadas e regularizadas. No Estado de São Paulo, a lista das viações associadas ao SETPESP está disponível no site da Artesp. Assim, é possível garantir que a viagem seja realizada por uma empresa totalmente legalizada, vistoriada e apta a oferecer o serviço de transporte rodoviário.
- Regras e passagens – Antes de comprar as passagens para você e para o pet — que deverá ter até 8Kg e viajará na poltrona ao lado do tutor –, consulte as regras das viações que atuam no trajeto programado e cheque se há disponibilidade para embarcar com seu companheiro na data desejada. Havendo vaga, compre as passagens e avise a viação sobre o pet, imediatamente.
- Documentação – No período máximo de 1 a 3 dias antes da viagem, leve o pet a um veterinário cadastrado no estado onde ocorrerá o embarque e peça um Atestado Sanitário que comprove a boa saúde do animal, incluindo detalhes sobre as vacinas, especialmente a antirrábica. Este documento deverá ser apresentado junto à carteira de vacinação do pet.
- Caixa de transporte – Verifique se a caixa de transporte do pet está de acordo com os padrões da viação, considerando o material utilizado na fabricação e o tamanho máximo permitidos. Vale lembrar que, mesmo com a passagem paga, o animal de estimação deverá permanecer na caixa de transporte durante toda a viagem — inclusive nas paradas. Portanto, não esqueça de forrar o fundo da caixa com um bom tapete higiênico ou colocar fralda no seu companheiro.
- Treinamento – Ao menos uma semana antes da viagem, reserve um momento diário para treinar o pet. Coloque-o na caixa de transporte por 20 minutos, por exemplo, e fique sentado ao lado, como se estivesse embarcado. Faça brincadeirinhas tranquilas, acaricie, ofereça petiscos secos e aproveite para ver vídeos, jogar, ler ou ouvir um som. Diariamente, aumente o tempo de treinamento para que seu companheiro se acostume com a situação.
- Coleira de identificação – Além de portar os documentos do pet, mantenha uma coleira de identificação em seu companheiro, incluindo os nomes do animal e do tutor, além de DDD e número de celular do responsável.
- Medicamentos – Caso seu o pet esteja tomando medicação, leve os remédios prescritos e as respectivas receitas validadas pelo veterinário. Vale consultar o profissional sobre a possibilidade de aplicar ou reforçar a prevenção contra pulgas, carrapatos e parasitas.
- Bagagem pet– Avalie o tempo de duração da viagem e pense em garantir o máximo conforto possível ao amigo de quatro patas. Almofadinhas preferidas, brinquedos silenciosos de entretenimento e petiscos secos, sem cheiro, são excelentes opções. Jamais se esqueça de levar tapetes higiênicos e/ou fraldas extras e ao menos uma guia segura.
- Paradas de descanso – Alguns destinos têm paradas programadas em postos de conveniência. Caso haja intervalo, aproveite para sair do veículo com o pet e dar uma volta com o companheiro sempre preso à guia. Não se esqueça de oferecer água e trocar a fralda ou o tapete higiênico da caixa de transporte, antes de retornar ao ônibus. Para gatos que não se adaptam ao kit coleira e guia, vale hidratá-lo na própria caixa e fazer a troca do tapete em um ambiente fechado e seguro.
- Tranquilidade – Para manter o pet na caixa transportadora durante toda a permanência no ônibus, vale um agito antes de ir para a rodoviária. Se possível, reserve ao menos 60 minutos para brincar bastante, jogar brinquedos e fazê-lo correr até cansar. Consulte o veterinário sobre a necessidade de utilizar algum medicamento, checando o recurso mais adequado (alopático, fitoterápico ou homeopático) e a recomendação correta da dosagem.