Dezembro Vermelho é uma campanha nacional instituída pela Lei nº 13.504/2017, que visa a conscientização sobre o HIV, Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A campanha destaca a importância da prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas afetadas por essas condições.
O Ministério da Saúde divulgou neste início de dezembro a edição 2025 do Boletim Epidemiológico HIV e Aids, ano que marca os 40 anos do início do enfrentamento ao vírus no Brasil. Com números relativos a 2024, o documento trouxe informações animadoras em relação à mortalidade, que atingiu a menor taxa da série histórica: foram 3,4 óbitos por 100 mil habitantes no ano passado, uma queda de 12,8% em relação ao ano anterior.
Somente no estado do Paraná, são 1.922 casos de Aids. No componente materno-infantil, o país registrou queda de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). O início tardio da profilaxia neonatal caiu 54%, o que demonstra melhora significativa na atenção ofertada no pré-natal e nas maternidades. O número de óbitos caiu de 548 para 429 nos dois últimos anos, o que representa uma redução de 21,7%. O resultado no estado acompanha a tendência nacional: o país também reduziu em 13% os óbitos por Aids, passando de mais de 10 mil para 9,1 mil no mesmo período, o menor número em três décadas.
Esses dados refletem um avanço na testagem e no tratamento, mas também destacam a necessidade de continuar a vigilância e a intervenção para garantir a saúde pública e a redução da transmissão vertical.
Para Amanda Quadros, coordenadora da Faculdade Unopar, a conscientização sobre todas as ISTs tem um papel essencial para que as pessoas acessem e mantenham contato com os serviços de saúde, realizem exames ou busquem medidas que possam impedir que contraiam ou transmitam a doença.
“No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o que equivale a 0,6% da população adulta, de acordo com dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). HIV é o vírus causador da Aids, é importante explicar essa diferença. Com o vírus e uso regular dos medicamentos, evita-se que a infecção evolua para Aids, doença essa que pode causar sérios danos ao sistema imunológico. O portador do vírus pode não ter a doença, mas se não tiver os devidos cuidados (tratamento) poderá desenvolver a doença”, explica Ma. Amanda Quadros, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Unopar.
Amanda Quadros ressalta ainda que à medida que as pessoas envelhecem, as doenças não definidoras da AIDS estão se tornando mais comuns. Isso inclui doenças cardíacas, câncer e diabetes. Há cerca de 38 milhões de pessoas no mundo vivendo com HIV. Outras coinfecções comuns por HIV incluem hepatite B e C em algumas populações e, por isso, a importância do cuidado.
“A prevenção continua sendo a melhor forma de proteção. É importante lembrar que a medicina evoluiu e, com ela, as formas de combater os efeitos do vírus no organismo humano também. No entanto, a relação sexual segura só é garantida com o uso de preservativos, tanto para homens como pra mulheres. É o método seguro para evitar a contaminação em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal)”, orienta.
Por fim, Amanda Quadros dá algumas dicas de cuidados a fim de evitar a doença. Confira:
• Métodos de Prevenção Uso de Preservativos: O uso de preservativos durante as relações sexuais é uma das formas mais eficazes de prevenir a transmissão do HIV;
• Testes Regulares: Realizar testes regulares para HIV é essencial para o diagnóstico precoce e para evitar a transmissão;
• Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): Uso de medicamentos preventivos por pessoas em risco de contrair HIV;
• Profilaxia Pós-Exposição (PEP): Uso de medicamentos após uma possível exposição ao HIV, dentro de 72 horas;
• Divulgação: Compartilhar informações sobre a campanha e sobre o HIV/AIDS nas redes sociais e em comunidades;
• Educação: Participar de eventos educativos e palestras sobre HIV/AIDS;
• Apoio: Oferecer apoio a pessoas vivendo com HIV/AIDS, promovendo uma atitude de respeito e inclusão.



